ATA DA OITAVA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 03-3-2005.

 

 


Aos três dias do mês de março de dois mil e cinco, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Elói Guimarães, João Antonio Dib, José Ismael Heinen, Margarete Moraes, Maria Celeste, Maristela Maffei, Maurício Dziedricki, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Paulo Odone, Professor Garcia e Raul Carrion. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elias Vidal, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Ibsen Pinheiro, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Márcio Bins Ely, Mario Fraga, Maristela Meneghetti, Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Valdir Caetano. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e foram aprovadas as Atas da Primeira, Segunda e Terceira Sessões Ordinárias. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Adeli Sell, os Pedidos de Informações nos 053 e 054/05 (Processos nos 1329 e 1330/05, respectivamente); pelo Vereador Almerindo Filho, o Pedido de Providências nº 195/04 (Processo nº 1138/05); pelo Vereador Claudio Sebenelo, o Pedido de Providências nº 250/05 (Processo nº 1286/05) e o Pedido de Informações nº 051/05 (Processo nº 1285/05); pelo Vereador Carlos Comassetto, o Pedido de Providências nº 249/05 (Processo nº 1265/05); pelo Vereador João Carlos Nedel, a Indicação nº 010/05 (Processo nº 1371/05); pela Vereadora Mônica Leal, o Pedido de Informações nº 052/05 (Processo nº 1290/05) e o Projeto de Resolução nº 068/05 (Processo nº 1275/05); pela Vereadora Neuza Canabarro, o Projeto de Lei do Legislativo nº 062/05 (Processo nº 1347/05). Também, foram apregoados os seguintes Ofícios, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre: de nº 033/05, encaminhando o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 001/05 (Processo nº 1407/05); de nº 034/05, encaminhando o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 004/05 (Processo nº 1408/05); de nº 110/05 (Processo nº 1412/05), informando que se ausentará do Município nos dias dezessete e dezoito de março do corrente, quando participará do Encontro de Prefeitos de Capitais, a ser realizado em Curitiba – PR. Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 10039199, 10039200, 10039202, 10039203, 10039204 e 10039206/05, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. Após, o Senhor Presidente registrou a presença do Arcebispo Dom Dadeus Grings, Presidente da Regional Sul 3 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, convidando-o a integrar a Mesa dos trabalhos e informando que Sua Reverência comparece a este Legislativo para o lançamento da Campanha da Fraternidade de 2005, cujo tema é “Solidariedade e Paz”. Após, o Senhor Presidente concedeu a palavra à Vereadora Maristela Maffei, que saudou a escolha do tema da Campanha da Fraternidade do corrente ano, mencionando a importância de que a sociedade reflita a respeito da situação da segurança pública em seu cotidiano, a fim de buscar maneiras de diminuir a criminalidade. Ainda, debateu dados a respeito da violência familiar, enfatizando que esse tipo de violência pode se refletir no aumento da criminalidade, inclusive no tráfico de drogas. Em prosseguimento o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Arcebispo Dom Dadeus Grings, que discorreu acerca dos quarenta anos da Campanha da Fraternidade no Brasil, lembrando o êxito da Campanha realizada no ano de dois mil, cujo tema foi Dignidade Humana e Paz, que ensejou a realização da Campanha de dois mil e cinco. Nesse contexto, defendeu maior aprofundamento na reflexão acerca da paz como motivo de união entre as pessoas. Na ocasião, o Senhor Presidente concedeu a palavra aos Vereadores Ervino Besson, Professor Garcia, Maurício Dziedricki, Bernardino Vendruscolo, José Ismael Heinen, Maria Celeste, João Antonio Dib, Clênia Maranhão e Raul Carrion, que, em nome, respectivamente, das Bancadas do PDT, PPS, PTB, PMDB, PSDB, PT, PP, PPS e PCdoB, se manifestaram sobre o assunto tratado pelo Arcebispo Dom Dadeus Grings. Às quatorze horas e trinta e seis minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e quarenta minutos, constatada a existência de quórum. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Carlos Comassetto discutiu a situação da saúde publica, em âmbito Federal, Estadual e Municipal, alegando que o Senhor Luiz Inácio Lula da Silva, Presidente da República, aumentou as verbas destinadas ao Estado e a Porto Alegre, e que os atuais Governador do Estado e Prefeito Municipal deixaram de investir na saúde e não estão cumprindo com promessas feitas durante as campanhas eleitorais. Durante seu discurso em Grande Expediente, o Vereador Carlos Comassetto formulou Requerimento verbal, solicitando a retirada de termos considerados ofensivos por Sua Excelência, no aparte concedido ao Vereador Claudio Sebenelo, tendo o Senhor Presidente solicitado a observância, por parte dos Senhores Vereadores, das disposições regimentais, no que se refere ao assunto. Também, os Vereadores Aldacir Oliboni e Claudio Sebenelo manifestaram-se acerca da possibilidade de realização de reunião da Comissão de Saúde e Meio Ambiente, a fim de que sejam ouvidos os representantes das comunidades da Zona Sul de Porto Alegre, em relação a possíveis irregularidades existentes nos Postos de Saúde daquela região. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Ervino Besson citou ter recebido, hoje, informações sobre provável formação de cartel por parte de transportadores de veículos fabricados pela montadora da General Motors, de Gravataí, comentando decisão judicial sobre o assunto. Finalizando, alegou que problemas atualmente verificados na área da saúde municipal são decorrentes da gestão do Partido dos Trabalhadores na Prefeitura Municipal. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Clênia Maranhão contestou a postura adotada pelo Vereador Carlos Comassetto, relativamente à saúde municipal, sustentando que, nos dezesseis anos em que o Partido dos Trabalhadores governou Porto Alegre, a população enfrentou falta de médicos e consultas. Também, lembrou que a Casa tentou implantar, sem sucesso, uma Comissão Parlamentar de Inquérito para averiguar irregularidades nessa área. A Vereadora Maristela Maffei, salientando que o povo de Porto Alegre exige o cumprimento das promessas de campanha feitas pelo atual Prefeito do Município, Senhor José Fogaça, afirmou que o Partido dos Trabalhadores está atento para fiscalizar as ações do novo Governo. Ainda, criticou as afirmações de Vereadores desta Casa, que questionaram as políticas públicas de saúde implementadas pelo PT na Cidade, afirmando que Porto Alegre mais de uma vez foi considerada como Capital modelo no País. O Vereador Luiz Braz abordou o serviço de atendimento médico a que tem acesso a população porto-alegrense, afirmando que a ocorrência de problemas relacionados à falta de recursos humanos e materiais nos postos do sistema público de saúde foi agravada durante a gestão do Partido dos Trabalhadores à frente do Governo Municipal. Finalizando, rebateu o pronunciamento acerca do assunto, hoje efetuado pelo Vereador Carlos Comassetto, em Grande Expediente. Na ocasião, a Vereadora Margarete Moraes formulou Requerimento verbal, solicitando a retirada de termos constantes no pronunciamento do Vereador Luiz Braz, em Comunicação de Líder, o que foi deferido pelo Senhor Presidente, após anuência do Orador. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Raul Carrion relatou a atuação da Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação acerca da possível desocupação de moradores irregulares do Loteamento Costa e Silva, no Bairro Sarandi. Ainda, aludiu aos pronunciamentos dos Vereadores Dr. Goulart e Carlos Comasseto, sobre o sistema público de saúde, efetuados nas Sessões Ordinárias de ontem e hoje, e criticou o Projeto de Lei do Legislativo nº 064/05, da Vereadora Mônica Leal. O Vereador Ibsen Pinheiro destacou a importância de que sejam somados esforços em prol de ações que incentivem constantemente uma cultura de respeito à instituição parlamentar. Nesse sentido, comentou os debates realizados neste Legislativo, frisando que, independentemente de posições assumidas, os Vereadores e o público presente devem buscar uma atuação embasada na análise de idéias e não em agressões pessoais, a fim de viabilizar medidas objetivas e eficazes em prol da Cidade. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Elói Guimarães procedeu à leitura do parágrafo único do artigo 142 do Regimento Interno, segundo o qual é permitido a qualquer pessoa assistir às Sessões da Câmara, sendo vedadas condutas que atentem à honra e dignidade do Poder Legislativo, da Mesa Diretora e dos Vereadores. Sobre o assunto, ressaltou interpretações desse dispositivo, efetuadas pela Presidência da Casa, saudando os representantes da Zona Sul de Porto Alegre, hoje aqui presentes. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Márcio Bins Ely historiou a trajetória pública do Senhor João Belchior Marques Goulart, citando reformas defendidas por esse político, referentes ao tratamento concedido a empresas multinacionais e à implantação de novas estruturas agrárias, urbanas, bancárias, educacionais, tributárias e eleitorais. Também, ressaltou que o PDT deu continuidade a essa política, tendo uma atuação contínua em favor dos trabalhadores brasileiros. Após, o Vereador Raul Carrion comunicou que a Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação realizará reunião no dia onze de março do corrente, tendo como tema a possibilidade de desocupação compulsória enfrentada por moradores do Loteamento Costa e Silva, do Bairro Sarandi. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Carlos Todeschini, mencionando majoração da tarifa de água do Município, ocorrida no dia vinte e cinco de fevereiro do corrente, aludiu ao trabalho realizado por Sua Excelência quando na direção do Departamento Municipal de Água e Esgotos, destacando ter sido seu objetivo uma gestão eficiente e que garantisse um retorno adequado à comunidade. Finalizando, questionou a atuação do Governo Municipal relativamente ao sistema público de saúde de Porto Alegre. A Vereadora Mônica Leal defendeu o Projeto de Lei do Legislativo nº 064/05, de sua autoria, que revoga a denominação da Rua Diógenes Sobrosa de Souza, localizada no Bairro Lomba do Pinheiro. Em relação ao assunto, apontou as razões que levaram Sua Excelência a protocolar esse Projeto, alegando que esta Casa não tinha conhecimento de crimes cometidos pelo Homenageado e mencionando abaixo-assinado dos moradores desse logradouro, solicitando a alteração de seu nome. O Vereador Nereu D'Avila posicionou-se contrariamente ao Projeto de Lei do Legislativo nº 064/05, assegurando que as guerrilhas armadas existentes durante os Governos Militares lutavam pelo direito de participação popular nas decisões políticas do Brasil. Nesse sentido, refutou a possibilidade de mudança no nome da Rua Diógenes Sobrosa de Souza, argumentando que a revogação da Lei nº 9.465/04 seria uma diminuição da capacidade desta Câmara, que aprovou o Projeto por unanimidade. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 016/02, discutido pelo Vereador João Antonio Dib, 348/03, discutido pelo Vereador Carlos Comassetto, 349/03, discutido pelo Vereador João Antonio Dib, 201/04, 004/05, este discutido pelo Vereador Raul Carrion, 017/05, discutido pelo Vereador Raul Carrion, 025/05, discutido pelo Vereador João Antonio Dib, 028 e 044/05, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 027/01, os Projetos de Resolução nos 059, 063 e 064/05; em 2ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 041/92, 142/98, 136/00, este discutido pelo Vereador Adeli Sell, 188/00, 026/02, 031/03, 031 e 035/04, este discutido pelo Vereador Carlos Comassetto, 135, 212, 213, 219, 220, 223, 224, 225, 226, 227, 228, 236, 239, 240, 242, 243, 244, 245, 247, 248, 249, 250/04, 019 e 027/05, os Projetos de Lei Complementar do Legislativo nos 013/02, 001 e 004/05, os Projetos de Resolução nos 084, 099/04, 039, 040 e 041/05, este discutido pelo Vereador Raul Carrion, 046, 048, 049, 053, 054 e 056/05; em 3ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 103/01, discutido pelo Vereador Carlos Todeschini, 052 e 210/02, 046, 327, 402 e 433/03, 087/04, este discutido pelo Vereador João Antonio Dib, 216/04, 006, 010, 020, 023, 036 e 029/05, este discutido pelo Vereador João Antonio Dib, os Projetos de Lei Complementar do Legislativo nos 005 e 015/00, 004/01, 017/04, os Projetos de Resolução nos 039, 080, 095 e 121/04, 037, 038, 042, 045, 051, 055, 057, 058 e 067/05. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Professor Garcia referiu-se a Requerimento de sua autoria, o qual solicita a criação de uma Comissão Especial para tratar de problemas enfrentados por crianças e adolescentes em Porto Alegre, mencionando a importância de trabalho semelhante realizado no ano de dois mil e três. Ainda, citou casos de maus-tratos e exploração de jovens na Cidade, destacando a falta de moradia, a prostituição infantil e o uso de drogas como pontos principais a serem abordados. O Vereador Elias Vidal considerou injustas as críticas direcionadas hoje, por Vereadores que se opõem ao atual Governo Municipal, à Secretaria Municipal de Saúde, sustentando que problemas ainda existentes são decorrência de Governos passados. Também, posicionou-se relativamente ao número de consultas não marcadas até o ano de dois mil e quatro e discorreu acerca das dificuldades impostas à população por falhas na marcação de consultas e exames médicos. O Vereador João Carlos Nedel classificou como incoerentes algumas decisões divulgadas pelo Governo Federal, questionando a criação de Cargos de Confiança no Palácio do Planalto e a diminuição dos recursos destinados ao Ministério das Cidades. Em relação ao assunto, mostrou-se contrário à paralisação prevista nas obras dos metrôs de Recife, Belo Horizonte, Salvador e Fortaleza, protestando contra o financiamento brasileiro de obras na Venezuela e no Paraguai. A seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi rejeitado o Projeto de Lei do Legislativo nº 172/03, considerando-se mantido o Veto Total a ele aposto, por dez votos SIM e vinte e dois votos NÃO, após ser discutido pelos Vereadores Professor Garcia, Adeli Sell, Nereu D'Avila, Sofia Cavedon, Maurício Dziedricki, Márcio Bins Ely, Claudio Sebenelo, Elias Vidal e Margarete Moraes e encaminhado à votação pelos Vereadores Carlos Comassetto, Professor Garcia, João Antonio Dib, Ervino Besson e Ibsen Pinheiro, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Margarete Moraes, Maria Celeste, Maristela Maffei, Professor Garcia, Raul Carrion e Sofia Cavedon e Não os Vereadores Alceu Brasinha, Almerindo Filho, Bernardino Vendruscolo, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Ibsen Pinheiro, João Antonio Dib, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Márcio Bins Ely, Mario Fraga, Maristela Meneghetti, Maurício Dziedricki, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro e Paulo Odone. Durante a apreciação do Projeto de Lei do Legislativo nº 172/03, a Vereadora Maristela Maffei cedeu seu tempo de discussão à Vereadora Sofia Cavedon. Em Discussão Geral e Votação Nominal, esteve o Projeto de Lei do Legislativo nº 048/04, com Veto Total, o qual, após ser discutido pelo Vereador Aldacir Oliboni, teve sua discussão suspensa, em face da inexistência de quórum. Às dezoito horas e trinta e quatro minutos, constatada a inexistência de quórum, em verificação solicitada pela Vereadora Maristela Maffei, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Elói Guimarães, João Carlos Nedel e Aldacir Oliboni e secretariados pelo Vereador Nereu D'Avila. Do que eu, Nereu D'Avila, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 

 


O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Convidamos o Arcebispo Metropolitano de Porto Alegre, Dom Dadeus Grings, a integrar a Mesa. Ele, a pedido da Verª Maristela Maffei, vem lançar a “Campanha da Fraternidade 2005 – Solidariedade e Paz”. V. Revma. honra esta Casa com a sua presença, Dom Dadeus.

A Verª Maristela Maffei está com a palavra.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Exmo. Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, gostaria de cumprimentar de uma forma especial o Arcebispo Dom Dadeus Grings, Presidente da Regional Sul da CNBB do Rio Grande do Sul. Queria também externar, da mesma forma, saudações ao Padre Agostinho, que é o Secretário-Geral da CNBB aqui do Rio Grande do Sul. Queria, com a sua permissão também, Sr. Presidente, externar um abraço especial para essas comunidades que aqui estão, que também lutam pela paz, quando vêm aqui lutar pela melhoria da saúde pública da nossa Cidade.

Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores, a Campanha da Fraternidade, que todos os anos tem por função chamar a atenção das sociedades em temas relevantes, este ano nos traz a reflexão do tema em relação à paz, e nós sabemos o quanto nos é caro esse tema, portanto, desde já, acho que a CNBB, mais uma vez, teve a felicidade de fazer com que o nosso País, com o olhar para o mundo, possa refletir sobre os motivos que nos levaram a um momento de tanta degradação, de tantos conflitos sociais, e que as pessoas possam se organizar, possam buscar uma alternativa frente ao problema, com esse mérito da discussão que é a cultura pela paz.

Nós sabemos que não basta falar em paz se não nos ativermos, também, a uma reflexão sobre o número de violência que existe em nossa sociedade. É claro que não tenho todos os dados, mas, com certeza, Dom Dadeus, trago alguns, aqui, para que a gente possa socializar e refletir sobre isso, mas também a partir disso buscar elementos, buscar formas para um novo caminho, uma nova cultura.

Na última década, o número de jovens entre 14 e 24 anos, vítimas de homicídio, cresceu em 77%. Em comparação com 60 Países, o Brasil, infelizmente, está apenas atrás da Colômbia.

Cerca de 60% dos assassinatos cometidos no Brasil têm causas e envolvem pessoas que se conhecem.

A violência na família: uma em cada quatro famílias brasileiras convive com brutalidades cometidas dentro de casa.

De acordo com o UNICEF, 18 mil crianças e jovens brasileiros são espancados violentamente todos os dias em nosso País.

A violência dentro de casa deixa os jovens vulneráveis ao envolvimento com o crime organizado; o tráfico e o consumo de drogas, por sua vez, reproduzem a violência e de forma cada vez mais ampliada.

A discriminação e o preconceito, em especial com os negros: os negros têm 75% de chance de serem demitidos primeiro; 80% moram em favelas e locais insalubres; 87% das crianças que estão fora das escolas são negras e 70% trabalham em serviços não-técnicos.

Entre os séculos XVIII e XX, a população aumentou aproximadamente 4%, enquanto o número de mortos em guerras aumentou 22,4 vezes. Depois da queda do Muro de Berlim e da guerra fria, a paz, que muitos julgavam possível, tornou-se uma cruel miragem, em face do aumento dos conflitos entre Estados e, sobretudo, por conflitos internos.

Quanto à violência policial, em 2002, nos países desenvolvidos, como, por exemplo, o País de Gales, quatro suspeitos foram mortos pela polícia; no mesmo ano, num Estado nosso, o de São Paulo, a Polícia matou 703 suspeitos.

Sr. Presidente, solicito mais um minuto de tolerância para dizer que, no trânsito, 40% dos mortos o são por atropelamento; o Brasil gasta 5,3 bilhões de reais em conseqüência de acidentes de trânsito.

E os nossos irmãos índios, como escreveu o antropólogo Darcy Ribeiro, foram mortos de todas as formas possíveis: pela espada, pelo fuzil, pela metralhadora, pela tortura física e pela humilhação, pelas invasões, pelo esbulho de terras, pelo roubo de suas mulheres.

Eu não poderia deixar de citar aqui mais duas questões de violência: a violência contra a mulher, que é vítima dentro de casa, fora de casa, de várias formas, por vários preconceitos; e a violência contra o setor mais vitimizado pelo preconceito e pela discriminação: o dos homossexuais. Assassinatos, torturas, maus-tatos, lesões corporais, além de ações de grupos de extermínios, são eventos que se vêm tornando cotidianos.

Caro Dom Dadeus, para terminar, eu gostaria de dizer que, apesar de nós termos consciência de toda a desigualdade social, por nossa estrutura macroeconômica, social e política, nós não podemos deixar de olhar para nós e termos também, cada um de nós, a nossa responsabilidade. Resgatar valores de respeito, solidariedade, participação, tolerância, aliados ao convívio, é um ponto de partida necessário e urgente para construirmos essa cultura.

Por isso, esta Campanha é fundamental e nos convida a todos para refletirmos e encontrarmos meios para essa construção; afinal, a violência é histórica e está profundamente enraizada na sociedade.

Lembremos uma importante lição: “A violência jamais resolverá uma questão que não pode ser resolvida pacificamente”, como afirmou o líder negro Martin Luther King. Ele enfrentou a intolerância racista e foi assassinado porque acreditou em seus sonhos, mas nunca duvidou que os meios legítimos para solucionar os conflitos são a justiça e o diálogo.

Saudamos com todo vigor a Campanha da Fraternidade. Vamos juntos construir a cultura pela paz. Muito obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Queremos agradecer à Verª Maristela Maffei. O Sr. Dom Dadeus Grings está com a palavra.

 

O SR. DOM DADEUS GRINGS: Exmo. Sr. Presidente, Elói Guimarães, Exmos. Srs. Vereadores, senhores e senhoras, a Campanha da Fraternidade se faz anualmente no Brasil já há 40 anos, e a Igreja Católica tem sempre escolhido temas de relevância para assim conscientizar toda a sociedade de um tema que nos deve levar a uma maior fraternidade, a um maior entrosamento, porque nós sabemos que nenhuma sociedade progride na base do ódio, da injustiça, da contrafação, mas pela colaboração, pela união, pela solidariedade.

Nós tivemos uma experiência muito interessante no ano 2000, o ano do grande jubileu do Cristianismo, dos 2.000 anos de Cristo no mundo, quando se pensou em fazer uma Campanha ecumênica. Era um ano tão especial para juntar todos cristãos no Brasil, aqueles dispostos ao diálogo, para construir uma sociedade mais justa e solidária. Lançou-se o projeto. Claro, já na discussão do próprio tema, houve o debate em conjunto com essas Igrejas cristãs. Marcou-se, então, a “Dignidade Humana” como tema daquela Campanha da Fraternidade de 2000.

Essa experiência foi muito exitosa, e então se pensou em retomar essa experiência em algum ano, e, neste ano, novamente temos uma Campanha ecumênica, e o motivo é a Assembléia Mundial das Igrejas, que vai acontecer no ano que vem, em Porto Alegre. Por isso Porto Alegre marca a Campanha da Fraternidade para o Brasil inteiro, porque nós vamos ter o Conselho Mundial das Igrejas, a 9ª Assembléia. É a primeira vez na América Latina que escolheram Porto Alegre para essa Assembléia, então virão cerca de 5.000 delegados, em 2006, para aqui debaterem em prol da paz, do desarmamento e também no sentido de socorrer os mais carentes e podermos superar a pobreza; e escolheram Porto Alegre para isso.

Então, para nós nos prepararmos para esse grande acontecimento, que é mundial e que encontra em Porto Alegre o seu eco, nós marcamos uma Campanha da Fraternidade ecumênica, e, de novo, em conjunto com esses nossos irmãos de outras confissões religiosas, já num gesto de fraternidade, foi escolhido o tema “Solidariedade e Paz”. Então, essa Campanha está toda em torno desse tema, que é tão importante para a sociedade, hoje, quando há tantos conflitos. O que nós podemos fazer pela paz? O Papa João XXIII, na sua Encíclica sobre a paz, Pacem in Terris, falava o que se precisava para a paz, naqueles tempos da guerra fria; ele dizia: “Não adianta só desarmar as mãos, temos de desarmar os espíritos”, porque, mesmo sem bombas na mão, nós ainda nos agredimos de tantas maneiras. Vamos desenvolver, então, a fraternidade.

Por isso, então, o tema “paz”, para todos nós, juntos, pensarmos sobre isso. E eu gostaria de terminar com uma citação de Mahatma Gandhi, que dizia: “Se nos matarem, nós viveremos para sempre, mas, se nós matarmos, não viveremos jamais”, quer dizer, quem é a maior vítima da violência é aquele que a pratica, porque destrói o seu próprio sentimento de humanidade, destrói a sua vida.

Então, esse é o sentido de uma Campanha da Fraternidade: sentirmo-nos mais unidos, muito mais felizes e lembrarmo-nos de que a essência da vida cristã, as diretrizes da ação evangelizadora da Igreja no Brasil e a essência da vida cristã são o amor. Então, para nós vivermos realmente como cristãos, temos de amar. Queremos ter essa abertura e diálogo com todos para que todos tenhamos mais paz, essa paz que nós construímos, pois, com diálogo tudo é possível, tudo se consegue resolver; agora, sem diálogo, nada se resolve, porque aí prevalece não aquele que tem a razão, mas aquele que tem mais força. Isso não é a lei da razão, é a lei da selva.

Então, queria agradecer por esta oportunidade que nos deram hoje de vir a esta Câmara de Vereadores, que representa a nossa sociedade, para lançar aqui este apelo. Porque precisamos fazer um mutirão: todos nós nos unirmos em prol da paz, todas as entidades, todas as pessoas para, realmente, termos paz e vivermos em maior harmonia, juntos. Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Nós queremos agora oferecer a palavra às Bancadas. O Ver. Ervino Besson está com a palavra.

 

O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Sr. Vereadores e Sras Vereadoras; senhores e senhoras que nos acompanham nas galerias, queria saudar a todos. Meu caro Dom Dadeus Grings falo em nome da minha Bancada - do Ver. Nereu D’Avila, do Ver. Mario Fraga, do Ver. Márcio Bins Ely, da Verª Neuza Canabarro, do Ver. Dr. Goulart, e do Ver. Isaac Ainhorn. Esta Casa sente-se extremamente honrada em receber a sua visita.

Na última sexta-feira também lhe fizemos uma visita, com os Vereadores da Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos, e saímos extremamente gratificados e satisfeitos pela forma com que V. Exª nos recebeu e pela forma como V. Exª nos colocou, naquele dia, o lema deste ano da Campanha da Fraternidade: Solidariedade e Paz. É uma Campanha ecumênica; chamou nossa atenção a grandeza de V. Exª, que teve essa idéia de reunir todos os segmentos de crenças religiosas para tratarem desse assunto relevante e extremamente importante para a sociedade em que vivemos nos dias de hoje. Portanto, como já disse, nós queremos saudá-lo e parabenizá-lo por tudo que V. Exª tem feito por nosso Parlamento, inclusive por suas cartilhas.

Portanto, em nome da Bancada do PDT, receba o nosso abraço, o nosso reconhecimento muito fraterno e muito carinhoso, e que Deus lhe dê muita paz e muita saúde para que essa sua caminhada seja sempre brilhante, como tem acontecido até este momento. Um abraço fraterno.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Quero convidar o Secretário Municipal de Planejamento, Isaac Ainhorn, a tomar assento à Mesa.

O Ver. Professor Garcia está com a palavra.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Prezado Presidente, prezado Dom Dadeus, quero, mais uma vez, parabenizá-lo. A Campanha da Fraternidade, anualmente, tem essa simbologia de trazer uma mensagem à Nação brasileira. Logo após o carnaval, inicia o período de Quaresma, é um período em que toda a sociedade é convocada para uma reflexão. Em cima disso, então, a Igreja Católica faz com que o seu povo possa discutir sempre um tema atual e palpitante. Embora o período seja da Quaresma, a Igreja também entende que a discussão deve ser permanente, não só durante esses 40 dias; nesse período, a discussão é feita de forma mais intensa, mas a reflexão deve ser para todo o ano, até porque essa reflexão deve servir, também, para modificação da vida interna.

Então, queremos parabenizá-lo quando V. Exª diz: “Desarmar as mãos, mas, principalmente, desarmar o espírito", porque o amor é a construção da solidariedade e da paz. Parabéns.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Maurício Dziedricki está com a palavra.

 

O SR. MAURÍCIO DZIEDRICKI: Sr. Presidente, Arcebispo Dom Dadeus Grings, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, é com felicidade que a Bancada do PTB registra a compreensão que V. Exª tem em nos visitar, em trazer a mensagem da Campanha da Fraternidade de 2005. Nós, do Partido Trabalhista Brasileiro, que temos insistentemente o cuidado de trazer à tona, à sociedade, a responsabilidade da solidariedade, queremos registrar que nos aproximamos cada vez mais da CNBB; num gesto como este, nós, Parlamentares, tanto Legisladores Municipais, quanto os executivos do PTB, vamos somar esforços para fazer com que os conceitos de paz, fraternidade, humanidade e solidariedade possam propagar-se. Esse é o compromisso que deixo registrado aqui, perante a sua pessoa, Sr. Arcebispo, fazendo com que ele, cada vez mais, se solidifique junto à sua atribuição, junto ao seu papel e junto à sua presteza com a sociedade porto-alegrense e com a sociedade gaúcha. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: V. Exª Revma., Dom Dadeus Grings, o PMDB vem somar-se a essa Campanha muito oportuna e necessária.

Fraternidade, solidariedade e paz são o tripé do bem-estar da humanidade.

Muito obrigado, e, mais uma vez, queremos somar-nos ao seu belo trabalho. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra.

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exmo. Sr. Arcebispo, Dom Dadeus Grings, é uma satisfação muito grande, em nome do nosso Partido, o Partido da Social Democracia Brasileira, nos engajarmos, desde agora, nessa Campanha da Paz e Solidariedade, principalmente com a necessidade que temos de lutarmos, todos, pela valorização da vida, essa dádiva que Deus nos deu.

Devemos estar todos engajados, solidariamente, nos esforços de cada dia para, cada vez mais, através do diálogo, através do amor, propor-nos sempre a servir, servir, e servir. Servir a Deus, servir ao próximo, servir a nós mesmos.

V. Exª pode contar com o nosso apoio naquilo que for possível.

Paz e solidariedade, Excelência. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Maria Celeste está com a palavra.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, nosso Arcebispo, Dom Dadeus Grings, é com muita alegria que o saudamos aqui quando vem, num momento importante para a nossa Cidade, trazer o tema para a Campanha da Fraternidade de 2005: “Solidariedade e Paz”. Num momento em que vivenciamos a propagação da violência em nossa sociedade de uma forma indiscriminada, com questões, gestos e ações concretas como no último período, com o assassinato da Missionária, no Norte do nosso País; com o assassinato nos bairros da nossa Cidade, no Morro Santa Teresa, na Restinga; com as questões como os adolescentes têm sido abordados e mortos; com a banalização da vida: uma morte em troca de um par de tênis; as chacinas nas nossas cidades; em Bom Jesus policiais mortos em ações. Então, essa violência propagada tão fortemente no nosso País, em especial na cidade de Porto Alegre, nos preocupa e faz com que nós, da Bancada do Partido dos Trabalhadores, sejamos solidários com esta Campanha, uma Campanha que vai ser ecumênica, como sempre o foi - como disse o Ver. Professor Garcia -, mas, fundamentalmente, vai levar a reflexão às paróquias, às comunidades das nossas cidades que precisam discutir esse tema da paz, da solidariedade, fazendo com que cada vez mais não se banalize a vida, o dom maior da dignidade humana.

Esta Campanha, com certeza, Dom Dadeus, vem trazer um resgate da cidadania, da dignidade humana, mas, acima de tudo, ela vem para construir novas possibilidades de vida e de sonho na busca de uma paz para a nossa Cidade.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Vossa Excelência Reverendíssima, Dom Dadeus Grings, Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, este Vereador saúda sempre os seus semelhantes dizendo: “Saúde e PAZ!”, no entanto, a Campanha de Fraternidade deste ano fala em paz e solidariedade. Paz e solidariedade são muito mais afins do que saúde e paz, porque, através da solidariedade, nós poderemos chegar à paz. E uma das coisas que mais falta no mundo é exatamente solidariedade: daqueles que são mais poderosos para aqueles que são mais fracos; daqueles que têm mais para aqueles que têm menos. Se houvesse solidariedade, Dom Dadeus, nós teríamos paz e eu não precisaria saudar mais ninguém dizendo “Saúde e Paz”. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Clênia Maranhão está com a palavra.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, queríamos, em nome da Bancada do PPS, expressar a V. Exª, e falar da alegria de receber nesta Casa, Dom Dadeus, num momento tão importante do trabalho que a CNBB, através desta campanha ecumênica, está lançando na nossa sociedade. A questão da solidariedade e da paz se constitui, para aquelas pessoas que têm preocupação com o futuro da humanidade, como dois temas fundamentais para a preservação da paz, da solidariedade e da fé entre as pessoas. Portanto, para esta Casa é um momento de extrema importância, porque podemos assumir, todas as Bancadas, como aqui o fizeram os que me antecederam, o compromisso de nos somarmos a esta luta, porque, assumindo esta luta, esta bandeira, estaremos assumindo a nossa responsabilidade com o povo de Porto Alegre, do nosso País e com o conjunto da humanidade.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Raul Carrion está com a palavra.

 

O SR. RAUL CARRION: Em primeiro lugar, a nossa saudação ao Arcebispo Dom Dadeus Grings, que é pessoa sempre presente da nossa Casa. Queria dizer que sempre a luta pela paz, contra as guerras de agressão, foi a bandeira dos povos e das pessoas progressistas do mundo. Nos dias de hoje, quando a superpotência norte-americana, que está armada até os dentes, com arsenais de milhares de ogivas nucleares, com armas bacteriológicas, com armas químicas que se nega a destruir, ameaça quem se opõe ao seu domínio numa guerra infinita, agride países soberanos como o Iraque, o Afeganistão, sem a autorização da ONU, e ameaça outros Países como o Irã, a Síria, a Venezuela, essa palavra "paz", tornou-se mais importante ainda. Da mesma forma, no mundo em que o capital financeiro, na ânsia do lucro imediato e cada vez maior, sacrifica milhões de pessoas, com a fome, com a miséria, com a exclusão, a palavra solidariedade se impõe. Por isso, só podemos parabenizar a CNBB que conseguiu juntar dois anseios da humanidade: paz e solidariedade. Um abraço do PCdoB, e parabéns!

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Queremos saudar, já saudado pelas Bancadas e pela Mesa, Dom Dadeus Grings; é uma honra recebê-lo na nossa Casa, a Casa do Povo. Sobre a Campanha da Fraternidade de 2005: “Solidariedade e Paz”, pensamos que a solidariedade é o caminho para a paz, pois sem solidariedade, evidentemente, não alcançaremos a paz.

Portanto, Dom Dadeus, receba a nossa saudação e os nossos cumprimentos à CNBB pela Campanha da Fraternidade, e a V. Exª Reverendíssima em especial, pela luta que faz em defesa da fraternidade, da solidariedade e da paz.

Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h36min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães – às 14h40min): Estão reabertos os trabalhos. Passamos ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra em Grande Expediente.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, prezados colegas Vereadores, prezadas colegas Vereadoras, prezados telespectadores do Canal 16, prezadas lideranças comunitárias aqui presentes. Cumprimento o Ronaldo Ramos, Presidente da Associação Comercial e Industrial da Restinga e os Conselheiros da Saúde, Maria Helena França, José Vieira, Nidia Albuquerque, Luciano Basseto, Gleci Alvarenga e Lourdes de Souza, e cumprimento as comunidades de Porto Alegre que lutam pela saúde e pelos trabalhos sociais.

Hoje, neste meu primeiro Grande Expediente, optei por trazer a esta Casa a discussão sobre o tema da Saúde. Quero compartilhar aqui com os Srs. Vereadores, com os Vereadores-médicos, Dr. Claudio Sebenelo e Dr. Goulart, e com a Verª Clênia Maranhão, Líder do Governo, e quero fazer uma referência à Saúde nas três esferas: Federal, Estadual e Municipal. Por que fazer essa discussão? A saúde é a essência da vida, está acima de qualquer discussão, e nós, na função pública e como legisladores, deveremos estar atentos a todo e qualquer possível deslize, e, ao mesmo tempo trabalharmos sempre para a melhor estrutura de Saúde Pública para este País, para este Estado e para este Município.

O meu Governo Federal, o Governo Lula, iniciou invertendo as prioridades, invertendo as ações na área de Saúde, o Ministério da Saúde ampliou substancialmente os recursos que asseguram a universalização e a qualidade da assistência prestada pelo SUS, que ainda tem de ser melhorado, muito. Quero dizer isso por quê? Porque temos que aqui dizer que 64% dos recursos da Saúde aplicados em Porto Alegre são do Governo Federal, 32% são do Município e somente 2% são do Governo do Estado. Essa discussão temos de fazer. E o teto financeiro do Governo Federal, que é o limite de recursos destinados às ações de atenção básica, de média e alta complexidade, para as ações estratégicas, são os repasses feitos mensalmente, sem atraso pelo Fundo Nacional de Saúde para todos os Estados, para o Rio Grande do Sul e para o Município de Porto Alegre. E, nesses dois anos o Governo Federal aumentou em mais de 200 milhões os repasses anuais para o Rio Grande do Sul. E o teto financeiro dos repasses federais para a Saúde, em valores absolutos, em 2002, era de um bilhão e 50 milhões e é hoje de um bilhão e 260 milhões, com aumento, Ver. Fraga, de 20%, - a postura do Governo Federal -, e isso se reflete na atenção básica com aumento de 33,5%, na questão da média e alta complexidade da Saúde com aumento de 18%, nas ações estratégicas para o Rio Grande do Sul há um aumento no repasse de 13,3%.

O Rio Grande do Sul recebeu um aumento de mais de 212 milhões para as ações de Saúde; este aporte deve-se, entre outros fatores, aos reajustes de procedimentos do SUS, que em 2003 e 2004, receberam reajustes que há mais de 10 anos não recebiam, e alguns desses valores estavam, portanto, há uma década sem serem reajustados. Em 2003, ambulatórios e hospitais receberam 330 milhões a mais do Governo Federal; em 2004 esse acréscimo foi de mais de 500 milhões. Faltam ainda recursos, é verdade, mas nós temos que apontar a postura política de um tema como esse. Eu poderia citar em quais as especialidades ou necessidades da Saúde esses recursos foram aplicados, mas o tempo não nos permite esses detalhamentos. Mas quero me deter, sim, na questão do Rio Grande do Sul. No Rio Grande do Sul nós temos uma implantação dos recursos, ou uma destinação dos recursos da Saúde, negativa, e isso tem de ser dito. Em 2003 o Governo do Rio Grande do Sul, o Governo Rigotto, deixou de investir 273 milhões na Saúde do Estado. E no Orçamento de 2004, o Governo Rigotto retirou do Orçamento 327 milhões destinados à Saúde, Vereador Sebenelo! Médico Sebenelo! E em 2005, no atual Orçamento, o Governo do Estado retirou 336 milhões da Saúde; nestes dois anos, um total de 662 milhões. O que significa isso para Porto Alegre? Se nós pegarmos a Saúde, a projeção para os quatro anos, o Governo Rigotto estará cortando 1,3 bilhões do destino financeiro do recurso para a Saúde do Estado, que se reflete aqui em nossa Cidade. Por isso que as nossas instituições, que são boas, como o HPS, estão inchadas pela ambulancioterapia de todo o Estado.

Prezados ouvintes, comunidade carente que sofre pela falta de atendimento na área da Saúde, aqui no Município de Porto Alegre, eu fui, nos últimos dias, visitar os postos de saúde e quero repetir aos senhores a promessa do Governo Fogaça, que foi dita bem alta e bom tom: “Vou melhorar o que não está bom”, mas no caso da Saúde isso não está acontecendo, no caso da saúde esse problema está aumentando! Estou falando aqui porque quero, fraternalmente, fazer esse diálogo com a liderança do Governo, com a sua base aliada, pois já se passaram 60 dias e a vida não espera. Esta foto aqui, (Mostra foto.) senhores e senhoras, é de Belém Novo, terça-feira, às 6h, eu estava lá dialogando com os funcionários e com os médicos, havia mais de 300 pessoas no posto de atendimento de Belém Novo, onde está faltando médico-pediatra, onde está faltando médico-ginecologista; lá tem uma ambulância, uma ambulância do Governo Federal...

 

(Aparte anti-regimental do Ver. Mario Fraga.)

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Eu exijo respeito, Ver. Mario Fraga! Se V. Exª quiser usar a tribuna eu lhe dou um minuto, mas exijo respeito, Sr. Presidente! Em Belém Novo, no extremo sul, a Saúde está um descaso. Na Restinga, estão faltando nove médicos! E aqui quero fazer justiça: enquanto faltam os médicos, lá, o Dr. Saraiva, que é Ginecologista, hoje está atendendo - Ver. Dr. Claudio Sebenelo - mais de 30 pacientes diários, e o Dr. Benjamin, lá da Restinga Velha, cumpre, além do horário de funcionamento, para poder cumprir um atendimento com a população que está, sim, morrendo nas filas por falta de atendimento médico!

 

O Sr. Claudio Sebenelo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu quero cumprimentá-lo pela sua audácia, pela sua coragem e até por uma certa dose oportunista com a claque convidada, de falar sobre um assunto que é uma das vergonhas do Partido dos Trabalhadores: a Saúde. A Saúde, para a qual nós pedimos uma CPI e em que “sentaram em cima”, por um ano, com medo de perder a eleição no primeiro turno. Porque uma das coisas mais vergonhosas da história de Porto Alegre, é só fazer uma visita aos postos e ver a herança fantástica deixada pelo seu Partido, a vergonha nacional da cidade de Porto Alegre, uma das administrações mais infelizes e mais incompetentes, por dezesseis anos, em que instalaram o caos na Saúde de Porto Alegre!

 

(Manifestação nas galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Eu quero lembrar aqui à área da Saúde do extremo sul, aqui representada pela Ponta Grossa, Belém Novo, Lami, Restinga e Loteamento Chapéu do Sol, que nós precisamos observar o mínimo de condições para que a Sessão possa se desenvolver. Nesse sentido - é o apelo que faço - não se admitem vaias quando o orador estiver na tribuna e nem no microfone dos apartes. Então, quero pedir a colaboração dos senhores e das senhoras que vêm à Casa trazendo assuntos do maior interesse da comunidade. Portanto, tem V. Exª a palavra, por mais um minuto, Ver. Carlos Comassetto.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr. Presidente, antes de reiniciar a minha exposição, eu gostaria que o Ver. Claudio Sebenelo retirasse dos autos a palavra “claque montada”, pois nós temos de respeitar a comunidade que aqui vem.

 

(Aparte anti-regimental do Ver. Claudio Sebenelo.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Eu gostaria que nós observássemos as normas regimentais, V. Exª tem a palavra para a conclusão.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Continuando a minha manifestação, gostaria de dizer mais: Saúde não espera, Dr. Goulart! No bairro Restinga estão faltando seis médicos, na região do extremo-sul estão faltando nove médicos, na região centro-sul, Ver. Besson, a nossa região, estão faltando mais seis médicos. O que eu quero dizer com isso?

 

(Aparte anti-regimental do Ver. Claudio Sebenelo.)

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr. Presidente...

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Ver. Claudio Sebenelo, eu gostaria de assegurar a palavra ao orador. Depois, haverá tempo para responder. Então, eu pediria que se observasse o Regimento da Casa. Para concluir, nobre Vereador Carlos Comassetto, V. Exª está com a palavra.

 

(Aparte anti-regimental do Ver. Claudio Sebenelo.)

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Para concluir, em alto e bom tom, nesta tribuna, eu me elegi defendendo princípios para o desenvolvimento da Cidade e da cidadania. Se fosse o meu Governo que estivesse cometendo irregularidade em qualquer situação, estaria aqui, nesta tribuna, fazendo o mesmo.

E quero dizer mais: esse tema da Saúde, Verª Clênia, é um tema que precisamos abordar. E tenho a coragem, sim, de trazer esse assunto, a título de informação, para que o Governo saiba o que está acontecendo na base social da nossa Cidade.

Gostaria de entregar esses dados à Líder do Governo e voltarei, sim, a me pronunciar não só sobre esse tema, mas sobre todos os temas que colocam em risco a vida dos cidadãos porto-alegrenses. Muito obrigado. (Palmas.)

(Revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra.

 

O SR. ALDACIR OLIBONI: O nobre Ver. Carlos Comassetto apresentou uma série de denúncias de descumprimento de contratos. Nós achamos justo que a Comissão de Saúde possa receber a comunidade, numa reunião da nossa Comissão, para poder ouvir o que está acontecendo exatamente. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, é sempre uma honra receber todas as comunidades, é só marcar hora, não tem problema nenhum, com todo o prazer vamos recebê-las. Mas o que nós não podemos admitir é que a demagogia e, muitas vezes, a segunda intenção, façam com que esse tipo de discurso, com uma claque organizada, seja feito, dizendo-se as barbaridades que foram ditas nesta tribuna.

 

O SR. ALDACIR OLIBONI: Eu quero reafirmar que eu acho justo que esse assunto seja encaminhado para a Comissão de Saúde e Meio Ambiente.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Eu pediria às senhoras e aos senhores que observassem as normas que regulamentam a Sessão da Câmara Municipal de Porto Alegre. Esta casa é de V. Sas, saibam bem, é a Casa do Povo, mas precisamos ter um mínimo de disciplina.

O Ver. Ervino Besson está com a palavra em Grande Expediente, por cedência de tempo do Ver. Dr. Goulart.

 

O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores que nos acompanham nas galerias e pela TVCâmara, eu queria saudar a todos.

Eu recebi há pouco, no meu gabinete, um laudo de 20 páginas. Este País, ao longo da sua história, sempre combateu e vai continuar combatendo a formação de cartéis. Acho que todos os nobres Vereadores e Vereadoras em seus trajetos até esta Casa têm notado que, no Parque da Harmonia, existem diversas carretas cegonheiras, que transportam veículos. É o trajeto que eu faço diariamente para vir à Câmara. Estranhei que faz praticamente um mês que essas carretas se encontram ali, no Parque da Harmonia, inclusive obstruindo o trânsito. Tentei me inteirar do fato. O que anda acontecendo? O que estava acontecendo com as carretas? E recebi algumas informações. Há um cartel, nobres colegas Vereadores e Vereadoras, dessas carretas que transportam nossos veículos. E deu para notar - até peço que os nobres colegas Vereadores e Vereadoras passem próximo à nossa Casa do Povo, a Câmara Municipal, e verifiquem de onde são essas carretas -, que são praticamente todas elas, meu caro Ver. Bernardino, emplacadas em São Paulo: São Paulo! São dois grupos: um é o grupo Sada - eu não vou citar o nome do Deputado que comanda esse grupo -, que tem o poder de transportar 70% dos nossos veículos. E tem um outro grupo: o Tegma, que é uma multinacional, que transporta mais 30%. O grupo Sada tem mais outro grupo em que se inclui. Tal é o poder de barganha desse grupo que eles conseguem trazer outros pequenos transportadores que se juntam a ele, que são a Brasul, a Transzero e outros pequenos.

Eu li rapidamente aqui um processo que está na Justiça Federal. Inclusive, nobres colegas Vereadores, nós estivemos, na semana passada, na sexta-feira, no escritório, na Getúlio Vargas, do nosso querido Dep. Alceu Collares, que também acompanhou e está acompanhando o problema desse cartel. E o Collares nos colocou que tentou fazer ou conseguir alguma coisa, e está tentando reverter esse quadro.

Mas eu confio muito na nossa Justiça. Está aqui um Parecer da Justiça Federal; o nome do Juiz é Altair Antônio Gregório, Juiz Federal da 6ª Vara Federal, que no Parecer deu alguns prazos, inclusive para a GM, com multas pesadas para que se acabasse com o cartel. Mas está sendo difícil. É tal o poder de barganha desses grupos que formaram esse cartel, que para pressionar a Justiça e os juízes, estão aqui com essas carretas a mais – não tenho certeza – de um mês praticamente, obstruindo o trânsito, tentando com isso pressionar o Juiz para que a Justiça Federal revise a sua decisão.

Ora! Faço aqui uma pergunta aos nobres Colegas Vereadores e às pessoas que nos assistem pela TVCâmara: com a situação econômica que o País hoje vive, passando por uma situação extremamente difícil em todos os segmentos, será que o pequeno transportador tem condições de ficar parado, pagando funcionários, com a sua carreta sem trabalhar? Claro que não! Porque existe um poder econômico muito forte para que as pessoas fiquem paradas, com isso pressionando o nosso Poder Judiciário para que reverta a sua decisão. Todos são financiados por um poder enorme. Cartel, neste País, não cabe! E nós confiamos na nossa Justiça; está aqui a decisão do Juiz Federal da 6ª Vara. Repito, pela segunda vez: Dr. Altair Antônio Gregório. Parabéns pela sua coragem, parabéns pela sua competência! E nós ainda confiamos na nossa Justiça, no nosso Poder Judiciário. No nosso País não cabe cartel!

E nós, sem dúvida nenhuma, este Parlamento, com o nosso querido Dr. Alceu Collares, com esse trabalho que ele está fazendo em Brasília, e com a nossa Justiça, vamos reverter esse quadro. E a GM está aqui, com uma multa pesada; tenho aqui vinte laudas determinando prazos. Ou a GM cumpre o que a Justiça decidiu ou terão de responder duramente na forma da lei, conforme está aqui o Parecer da nossa Justiça, do Juiz.

Meus caros colegas, vocês que estão aí nas galerias, da área da Saúde, agora eu quero parabenizar o Ver. Carlos Comassetto pela coragem. Quanta coragem! Porque Deus nos deu esse dom, porque somos povo de Deus, e o povo nos deu a liberdade de ocupar este microfone, porque nós temos um poder e um dom, inclusive quando nós cumprimos aqui o nosso mandato. Agora, o Ver. Comassetto teve coragem, porque não falou a verdade. A Saúde está um caos, vocês sabem disso. A Saúde está um caos nesta nossa Porto Alegre, neste nosso Rio Grande! Agora, não pode o Ver. Comassetto não falar a verdade aqui neste microfone. Nós temos 61 mil consultas atrasadas. Gente, vocês são povo da periferia que necessitam disso, vocês não podem chegar e defender o que está errado. É um caos a nossa Saúde. O Prefeito herdou esse caos, mas não pode um Vereador ocupar este microfone e não falar a verdade.

Eu estive, há 15 dias, naquele posto de saúde do bairro Ponta Grossa; quando eu cheguei, caro Comassetto, o pessoal que estava lá inventou o horário, eu cheguei meia hora atrasado, fecharam o posto, e nós fizemos uma reunião na rua. Tudo isso aqui vai ser clareado nesta Casa com a nossa responsabilidade.

Então, tiveste coragem, Comassetto, vai vir à tona muita coisa aqui nesta Casa; muita coisa será explicada aqui. Quanto a isso que V. Exª levantou, a verdade vai ser dita aqui! A verdade vai ser dita aqui nesta Casa, Vereador! Nós temos de ter calma e saber o que a gente coloca aqui.

 

O Sr. Mario Fraga: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Ervino, V. Exª poderia dar parabéns para o Ver. Comassetto pelo trabalho que ele realizou até agora. Mas, pelo que ele fez hoje aqui, nós, do PDT, da base do Governo, não deveríamos dar, porque ele vem criticar o Governo, passados 60 dias do início do Governo, e ninguém vai-me dizer o que acontece no posto da Rua Florêncio Farias. Eu sou morador de lá, eu posso não precisar - graças a Deus -, mas nunca houve 300 pessoas lá no posto, pessoal! O que é isso?! E o Vereador não estava lá às 6h da manhã, e não havia 300 pessoas lá! (Manifestação nas galerias.) Muito obrigado, Vereador.

 

(Manifestações nas galerias.)

 

O Sr. Carlos Comassetto: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Ervino, hoje faltam nove médicos no Extremo Sul, faltam seis médicos no bairro Restinga, seis médicos na Centro-Sul. O senhor defende essa postura? O Governo tem o direito de remanejar os profissionais, os médicos, para onde quiser. Mas tem de substituí-los. E o Ver. Mario Fraga chama este Vereador de mentiroso?! Eu estou lá às 6h, sim, em Belém Novo, discutindo com a comunidade! Está aqui na foto, Vereador, para toda a comunidade! Está aqui a foto! (Mostra a foto.) Se o senhor não está lá, não me venha culpar que eu não estou lá! Muito obrigado.

 

O SR. ERVINO BESSON: Ver. Comassetto, eu disse que V. Exª teve coragem, mas eu vou trazer dados aqui, Vereador, que alguém vai querer explicar e não vai conseguir, nesta tribuna.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Está encerrado o tempo.

 

O Sr. Mario Fraga: Ver. Ervino, desculpe-me, só para esclarecer: eu não disse que o Vereador não estava lá; eu disse que o Vereador foi lá, mas não eram 6h e não havia 300 pessoas!

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Eu pediria que encerrasse, Ver. Ervino Besson.

 

O SR. ERVINO BESSON: Eu vou encerrar, Ver. Elói Guimarães. Portanto, respeito a comunidade, a situação e o sofrimento de vocês, porque eu sou da periferia e conheço. Agora, na área da saúde, vocês têm que concordar comigo; eu tenho aqui dados que chocam o coração da gente - todos somos seres humanos -, eu tenho dados que doem no fundo da alma da gente. E eu vou trazer aqui nesta Casa, vou trazer porque não se pode chegar aqui e falar de um Prefeito que assumiu a Prefeitura há 60 dias, ele não pode fazer milagres, porque encontrou a área da saúde dessa maneira. Eu gostaria de dizer algo, mas vou respeitar vocês, e vou respeitar as pessoas que nos assistem pela TVCâmara, mas a verdade vai surgir aos poucos aqui nesta Casa. Obrigado, Sr. Presidente.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Eu vou pedir aos senhores e às senhoras que observem o Regimento da Casa. Daqui, eu observo a todos e não vou permitir que se desestabilize este Plenário.

A Verª Clênia Maranhão está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, eu queria saudar de uma forma fraterna e respeitosa as mulheres e os homens de Porto Alegre que acompanham os trabalhos desta Casa, através de um processo democrático, de debate político com o povo de Porto Alegre. Agora, eu acho que as pessoas têm que ter um pouco de honestidade quanto a sua postura política. Acho que nós estamos aqui para defender uma política pública na defesa do povo de Porto Alegre. O Ver. Comassetto disse que não é um mentiroso, eu acho que não. Agora, V. Exª parece mais uma bela adormecida, aquele que durante 16 anos fica calado diante de uma profunda e brutal crise na Saúde Pública deste Município por uma gestão que teve seus méritos em outras áreas, mas que na área da Saúde foi incompetente, Vereador. E não ajuda nada negar a incompetência porque isso é real. Os postos de saúde foram sucateados, as mulheres nas filas não tinham mais direito ao PAISM - Programa de Assistência Integral a Saúde da Mulher -, não havia consulta à noite, não havia especialista nos postos. Durante esses 16 anos, quem tinha dinheiro pagava os convênios, e pagava muito caro os seus médicos particulares; mas a população das vilas, dos bairros pobres, tinham que enfrentar filas na madrugada, tinham que enfrentar uma realidade de vendas de consultas marcadas, denunciadas muitas vezes ao Ministério Público desta Cidade.

O povo de Porto Alegre, nesses últimos 16 anos, teve que enfrentar a falta de médicos; as mães tinham que colocar seus filhos nas portas dos hospitais ameaçados de morrer por doenças respiratórias.

Esta Casa tentou inclusive instaurar uma CPI para salvar a vida de muitas pessoas que tinham suas vidas ameaçadas.

Eu nunca tinha visto V. Exª discutir com transparência, com lisura, com clareza, pelo debate político, as políticas públicas que eram voltadas ao povo mais pobre. É por isso, Vereador, que eu não posso aceitar o seu comportamento, porque eu acho que ele não reflete a posição de um parlamentar preocupado com a Saúde Pública deste Município. Não é legítimo esse tipo de postura.

Durante 16 anos a Saúde Pública de Porto Alegre ficou conhecida no País inteiro como um dos piores serviços de saúde, a ponto de o Sindicato dos Médicos comparar as emergências dos hospitais de Porto Alegre aos navios negreiros. E, infelizmente, eu acho que nenhum Vereador, de Partido nenhum, pode-se alegrar pela situação de caos, de abandono, de sucateamento, de descaso, de excesso de filas que viveu o povo desta Cidade. Não é justo, Vereador, negar isso, ficar adormecido diante dessa dor, e ter uma posição partidarizada, com 60 dias de um novo Governo, de um Governo que assumiu a Prefeitura e não teve acesso ao bem público da informação, porque muitos computadores estavam vazios.

Se é para fazer a discussão política nesse nível, nós iremos fazer, Vereador, porque nós não temos medo da verdade. Se nós queremos fazer uma disputa partidarizada em cima do tema Saúde Publica, nós também faremos. Mas acho que isso não resolve os caminhos, isso não resolve o problema do sucateamento dos postos nem o abandono da Saúde Pública.

Eu quero discutir com a comunidade quem é o responsável por esse descaso; quero também discutir com a comunidade qual a parceria, qual a governança necessária para que aquela comunidade (Mostra representantes de uma comunidade presentes nas galerias.), que há anos defende o seu direito de habitação popular, possa, enfim, ver terminado o aluguel perpétuo e ter o seu direito à moradia.

É esse o debate que eu quero fazer com V. Exª: qual é a agenda positiva, qual é a construção de um caminho de dignidade, de um caminho de dignidade independente dos Partidos a que pertençamos. (Palmas.)

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Maristela Maffei está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, não, não foi cassado, o que eu sinto é que foi calada, aqui, a voz do Ver. Dr. Goulart, que ia colocar aquele episódio número dois, e ele foi barrado para falar aqui, não se pronunciou, na primeira fala que ele fez, aqui, porque não pôde falar, não pôde continuar, e há as notas taquigráficas, está gravado na TVCâmara a sua fala no primeiro dia. E não é, aqui, nesta Bancada, que vai acontecer de alguém vir nos calar, não!

Mas voltando à serenidade, que uma Líder deve ter, principalmente quando está à frente de uma Bancada, e na hora aguerrida a gente também é, só que a gente também não pode perder as estribeiras, porque senão demonstraremos o quão frágil está este momento de quem dizia que viria para resolver, no outro dia, todas as situações – “fica o que está bom, sai o que está ruim”. Nós queremos... (Palmas.)

O povo de Porto Alegre exige o cumprimento das promessas de campanha. O que tem acontecido? Funcionários, que se dizia que iriam ser respeitados, concursados, eu ouvi, aqui, de determinado Vereador, dizer: “Funcionário contratado não pode ter ficha partidária - vamos acabar com essa claque petista”. Que democracia é essa? Ditadura de Parlamento, de Partido! ”Não temos ideologia” - que papo furado! Todos os Partidos têm ideologia. Nós somos formadores de opinião, isso é da democracia! Agora, vêm aqui com o discurso de que eles não têm ideologia e nós temos! Nós temos! Nós temos lado, nós sabemos onde nós vamos estar. E todos os dias nós vamos estar aqui, vamos estar lá fora e onde for necessário!

O Secretário que entrou tinha informações, sim! Se a Vereadora-Líder do Governo tem alguma dúvida, pergunte ao Ministério Público e ao Conselho Municipal de Saúde que acompanhou a reunião quando foram passadas todas as informações. Se não confia em nós, pergunte a quem tem credibilidade, do seu ponto de vista. Gostaria de dizer mais: o próprio Governo Fernando Henrique Cardoso, que foi apoiado pelo Partido da liderança da situação, dizia que, dentre os Municípios do País, Porto Alegre estava entre os primeiros, em especial na questão do HPS e da SAMU, que era um modelo para este País.

Então, não venham aqui dizer que nada foi deixado. Porque nós estruturamos, através do Programa Acolhimento, que vocês estão destruindo, retornando as fichas nos postos de saúde. As promessas de campanha têm de ser cumpridas! Todos os dias nós vamos falar isso aqui. (Palmas.)

Senhor Presidente, gostaria de encerrar a minha fala dizendo o seguinte: nós temos um compromisso com esta Cidade. Nós compreendemos que tem de ser respeitado o Regimento Interno; agora, nós não vamos aceitar que um Vereador ou uma Vereadora - que têm de ter uma postura parlamentar -, incite a população, que também é parte daqueles que elegeram as Bancadas que estão aqui. (Palmas.) Portanto, aqui nós temos a ex-Secretária da Saúde, a Dra. Sandra, que, junto com a comunidade, está querendo dar um passo para buscar a paz nesta Cidade. E não vamos aceitar que a desqualificação dos debates coloque em risco a democracia. Nós sempre lutamos pela democracia, e lutar por Saúde pública é lutar por paz. Enquanto houver uma pessoa na fila, nós estaremos à frente e junto nesta luta. Muito obrigada. (Palmas.)

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores, eu sempre tenho o maior respeito para com todas as comunidades que nos visitam e que reivindicam os seus direitos, eu vejo que, há muito tempo, essas pessoas, principalmente da periferia, sofrem e recebem apenas algumas promessas que, no final, acabam não sendo cumpridas. Eu sempre defendi que o parlamentar, o homem público, deve ter ética e zelar pela verdade, pela hombridade e pela honestidade na relação que ele tem com as comunidades, principalmente por causa da responsabilidade que todos nós temos em representar a sociedade aqui no Parlamento Municipal. Por isso, eu fico muito triste quando vejo que algum companheiro aqui deste Plenário, de qualquer Bancada - e hoje infelizmente eu vi o companheiro da Bancada do PT -, agir de maneira demagógica, falsa, apenas com o intuito de enganar a opinião pública.

Eu fui com o Dr. Goulart - um especialista na área da saúde, como é o meu querido Sebenelo -, várias e várias vezes, atender a pessoas que não tinham a menor condição de sobrevivência; nós atendemos a pessoas que estavam, há mais de seis meses, quebradas e que não conseguiam ser atendidas nos postos de saúde ou nos hospitais pelo SUS - nós vimos isso e nós interferimos. E, se quiserem, eu posso apresentar as pessoas; nós lutamos muito para que esse processo pudesse ser revertido. O que aconteceu é que, em 16 anos, Dr. Goulart, desmontaram completamente o Sistema de Saúde; as pessoas morreram nas filas e ainda estão morrendo, claro. Mas em 60 dias não queiram cobrar que o processo de mudança se faça tão radicalmente; isso não pode acontecer, nem mágico poderia fazer isso.

O que aconteceu até agora tem de ser cobrado das administrações passadas, porque se assim não o fizerem, vocês estarão cometendo um suicídio, porque, afinal de contas, estarão tirando a oportunidade de pessoas que querem reverter esse quadro, pessoas que querem apenas corrigir os erros e não condenar aqueles que os cometeram. Mas estão impedindo que essa correção de erros possa ser feita de uma maneira tranqüila e pacífica!

O que V. Exª fez hoje, Ver. Comassetto, desmente completamente a idéia que tinha de V. Exª: um homem que realmente pudesse bem representar, aqui, a sociedade. Eu sempre tive de V. Exª o melhor dos conceitos, mas hoje, com sua ação, mentindo para a população, desmentiu uma imagem que eu tinha de um homem sério, honesto e que veio aqui para bem representar a sociedade. Infelizmente, porque eu acredito muito na democracia; eu acredito muito que nós estamos aqui para representar a sociedade e defendê-la de tudo aquilo que ela realmente precisa, indicando-lhe o caminho para que possamos ter as melhores soluções para seus problemas. A Saúde é um grande problema e o Partido de V. Exª colaborou muito para que esse problema fosse agravado.

E eu gostaria muito que V. Exª viesse, dissesse e confessasse os erros que o seu Partido cometeu, isso é absolutamente normal! O que não é justo é que alguém ocupe esta tribuna em nome da representação popular e diga que em 60 dias alguém tem de reverter um processo que era extremamente grave e comprometia completamente a saúde do povo. Não pode cobrar isso de nenhum administrador. Infelizmente, V. Exª veio aqui e prestou um desserviço à democracia. Mas podem ter certeza de uma coisa: vamos continuar lutando para que os problemas criados, tanto no campo da Saúde, como no campo habitacional com o aluguel perpétuo, possam ser resolvidos, não com mentiras, não com falsidades, não para chamar as pessoas aqui apenas para fazer delas massa de manobra, não para usar as pessoas, mas para fazer com que todos nós, juntos, possamos chegar a ter uma sociedade melhor, e para que Porto Alegre possa ser exemplo para as outras cidades.

Infelizmente, Ver. Comassetto, V. Exª decepcionou, hoje, esta Cidade; decepcionou este Plenário, e eu espero que isto realmente não volte a se repetir.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. MARGARETE MORAES (Requerimento): Sr. Presidente, Elói Guimarães, Sr. Vereador Luiz Braz, em nome do bom senso, em nome da democracia, eu queria fazer um apelo ao Ver. Luiz Braz para que ele retire dos Anais todas as palavras que contiveram ofensas pessoais ao Ver. Carlos Comassetto, sobretudo as palavras de falso ou demagogo. Eu acho que a sua intervenção deve ser política assim como foi a nossa, mas não dá para fazer ofensas pessoais sob pena desta Sessão baixar o padrão. Então, eu queria-lhe solicitar isso, com todo o respeito, Ver. Luiz Braz.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Ver. Elói Guimarães, eu em momento nenhum quis fazer ofensas pessoais ao Ver. Comassetto, porque ...

 

(Manifestações nas galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Ver. Luiz Braz, um instante. Eu quero encarecer às galerias que nós temos de observar o Regimento da Casa, eu pediria a colaboração de todos.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Mas Vereador-Presidente, nenhum Vereador que traga para cá multidões para que eu fale contra a minha consciência vai fazer isso com êxito. Eu não tenho medo das multidões, porque sempre trabalhei em prol delas, eu sempre estive trabalhando em prol dessas causas. Portanto, Vereador, se eu cometi alguma grosseria, algum ataque pessoal, eu peço que seja retirado, mas eu não quero que seja apagado o meu discurso contra a falta de ética que teve hoje o Ver. Comassetto ao trazer aqui as pessoas e fazer o discurso como foi feito.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Agradeço a V. Exª. O Ver. Raul Carrion está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. RAUL CARRION: Exmo Ver. Elói Guimarães, demais Vereadores e Vereadoras, nossa saudação às comunidades que lotam este Plenário na tarde de hoje, comunidade da Zona Sul, diversas Vilas. A gente conhece diversas lideranças que vêm aqui exercer o seu direito democrático de reivindicar na Casa do Povo, agrade isso a tal ou qual Vereador. Comunidade da Costa e Silva, da ocupação que lá existe há mais de um ano, numa área da COHAB, de cerca de 1,3 hectares, que está ameaçada, Vereadores da CUTHAB - Comassetto, Brasinha, Vidal, Mario Fraga e Ismael. Já tive oportunidade de conversar com alguns Vereadores sobre o risco desse despejo e estão-nos solicitando uma reunião emergencial; nós vamos levar para a Comissão, mas já temos uma idéia, estamos trabalhando nela. Como nesta sexta-feira já há outra reunião emergencial para tratar de um despejo, e na próxima terça haverá uma Sessão Solene para o Dia da Mulher, a Comissão não poderá reunir-se. Então, vou submeter a meus Pares a hipótese de se fazer uma reunião na sexta-feira posterior a esses eventos, para tentarmos um diálogo com a COHAB e com isso encaminhar uma negociação que evite mais um despejo. Então, a nossa saudação às duas comunidades. (Palmas.)

Queria também trazer a minha solidariedade ao Ver. Comassetto, que, num legítimo ato de Vereador eleito pelo povo, trouxe aqui as preocupações da maneira que entende e tem o direito de se manifestar. Aqui não há lugar para corregedores dizerem como o Ver. Comassetto deva-se pronunciar, e nós defendemos aqui o direito do Vereador trazer as suas denúncias, trazer a comunidade que lhe traz a denúncia, e buscar uma solução.

Queremos também trazer a nossa solidariedade ao Ver. Dr. Goulart que, no dia de ontem, desta tribuna, fez um pronunciamento corajoso, de homem que é da base do Governo, mas não se cala diante dos equívocos que entende necessário denunciar. Todos nós sabemos que é um início de Governo, e o Ver. Dr. Goulart sabe disso e nem por isso deixou, com hombridade, com honradez, de vir aqui e denunciar o que entendeu e cobrar do seu Governo, como eu, muitas vezes, aqui desta tribuna, Ver. Braz, cobrei do Governo da Frente Popular, mesmo sendo um de seus Vereadores. Eu acho que não podemos inaugurar uma situação em que agora cobrar é incorreto. Os mesmos que vinham aqui e espumavam de raiva contra o Governo da Frente Popular, agora vêm aqui de corregedores dizer que a oposição não pode falar.

Eu respeito a opinião do Ver. Comassetto, posso não compartilhar dela, eventualmente, mas todos temos de respeitar esse direito. Quero dizer que não faço denúncia. Hoje, pela manhã, estive conversando com o Deputado Osmar Terra, Secretário da Saúde do Estado - aliás, meu amigo pessoal, estive com ele exilado no Exterior -, a respeito de não existirem remédios nas farmácias; a situação de uma família desesperada que tem um familiar com hepatite C, que está, desde janeiro deste ano, sem conseguir o Interferon-alfa e, se não me engano, a Riboflavina. E eu encaminhei no sentido não de vir aqui e fazer uma crítica, mas de solucionar o problema. Então, eu acho que todos os Vereadores têm esse direito.

Eu queria só concluir, meu Presidente, sair do tema que eu queria tratar, vou falar outro dia, mas eu queria deixar aqui claro o repúdio do Partido Comunista do Brasil, o PCdoB, à tentativa da Verª Mônica Leal de revogar o nome de uma rua de um lutador do povo, que enfrentou uma ditadura sanguinária.

Quero deixar isso registrado e aconselhar à Vereadora a retirar esse Projeto, porque não é hora de revanchismo. Não queremos rememorar os crimes da ditadura.

Não vamos calar contra qualquer tentativa revanchista das “viúvas” da ditadura militar. (Palmas.) Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Ibsen Pinheiro está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. IBSEN PINHEIRO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, eu falaria com muita tranqüilidade sobre assuntos da Saúde da nossa Cidade, porque não encontro nenhuma vinculação pessoal com os Governos anteriores da nossa Cidade.

Talvez eu tenha sido situação no Governo Sereno Chaise há 40 anos. Então, ficaria à vontade para falar das mazelas na Saúde da nossa Cidade há 20, há 30, há 16 anos ou mesmo há 60 dias.

Por isso, Sr. Presidente, não venho para falar dos temas da Saúde, mas me inquieta perceber que, no inicio de Legislatura, o tema pode levar a uma temperatura tão elevada um debate nesta Casa, desbordando mesmo do debate político para os enfrentamentos pessoais.

Escutei com atenção a manifestação do Ver. Luiz Braz e comentava com o meu companheiro de Bancada, Ver. Haroldo de Souza, como ele se mantivera sereno e claro, embora possa admitir que tenha exacerbado na linguagem, eventualmente.

Por isso, também, compreendi a preocupação da Verª Margarete Moraes e não a tomei, Ver. Carrion, como se isso fosse uma corregedoria ou um ato de correição, senão como um exercício legítimo do ato, da ação parlamentar.

Parece-me, Sr. Presidente, que devemos, neste começo de Legislatura – e cumprimento V. Exª pelo esforço que faz para a manutenção da ordem nos trabalhos nesta Casa – dizer às pessoas que nos visitam, que uma Casa plural deve receber a todos os convidados, mas é preciso repetir, também, que esta é a Casa do Povo, não apenas porque o povo possa freqüentar as suas galerias, mas porque o povo está sentado aqui, nas Bancadas dos diversos Partidos que elegeram os seus Vereadores. O apelo que quero fazer a todos os Vereadores desta Casa é que nós nos somemos aos esforços do Sr. Presidente, para que desenvolvamos nesta Casa e com os visitantes que aqui vêm, a cultura do respeito à instituição parlamentar.

Quase que não resisto à tentação de propor uma alteração no Regimento Interno para que os visitantes se manifestem por ordem de inscrição, permitindo apartes aos Srs. Vereadores. Porque, do contrário, Sr. Presidente, a exacerbação é quase inevitável. Qualquer Vereador é capaz de mobilizar 50 pessoas, uma irrisória percentagem do povo-eleitor de cada um de nós, para fazer presença, aqui, nos discursos em que queremos aplausos. E se não formos capazes de suscitar aplausos, suscitaremos o povo, adequado àquilo que vamos dizer. Ora, Sr. Presidente, não acho que haverá proveito no debate político se tivermos de dividir as intervenções parlamentares com a manifestação ruidosa da galeria, ora a nosso favor, ora contrária ao nosso sentimento e à nossa opinião. Não é a primeira manifestação que faço nesse sentido, aliás, é a segunda.

Eu ouvi de um colega a observação de que me faltava o hábito para essa espécie de condução dos trabalhos, de que isso seria uma tradição desta Casa. De fato, reconheço que me falta esse hábito, mas acho que não é um bom hábito, não gostaria de adquiri-lo, gostaria de ser sempre ouvido com atenção, e ouvir com atenção não quando concordarem comigo, também quando divergirem de mim, é que quero essa atenção, que significa o respeito, para que o debate político entre situação ou oposição, ou entre mesmos segmentos de cada um desses blocos possa ocorrer no plano da elevação, que nos poupe a todos da agressão pessoal.

Louvo, também, o gesto do Ver. Luiz Braz, que admitiu, em tese, poder ter cometido algum excesso. Confesso, Vereador, que, observando atentamente, não o registrei, mas o seu gesto, sem dúvida, contribui para um bom nível de convivência. Não haverá nenhuma manifestação, por mais veemente que seja do Ver. Comassetto, que possa tirar a Bancada da situação da capacidade de convivência. Agora, sem dúvida, se nós produzirmos espetáculos ao arrepio do Regimento Interno, é inevitável que um aparte anti-regimental surja e que a exacerbação ocorra.

Então, sem nenhuma autoridade que não seja o coleguismo e a igualdade entre os 36 Vereadores, e desta autoridade não abro mão, um apelo que faço, cumprimentando a V. Exª pelo esforço, dizendo aos nossos visitantes que são bem-vindos, mas que devem observar a regra do respeitoso silêncio que a Casa do Povo exige. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Solicito ao Vereador 1º Vice-Presidente, Ver. João Carlos Nedel, que assuma a tribuna para que este Vereador possa manifestar-se.

 

(O Ver. João Carlos Nedel assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

O Ver. Elói Guimarães está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Ver. João Carlos Nedel, no exercício da Presidência dos trabalhos, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, eu quero cumprimentar o público presente a esta Casa, nesta tarde, e dizer aos senhores que são bem-vindos a esta Casa, todos são bem-vindos, porque esta é a Casa do Povo. Gostaria de dizer a todos, senhores e senhoras, que nós temos um Regimento, o Regimento da Casa - o Regimento Interno - que vale para o Vereador e vale, também, para todos aqueles que vêm à Casa. Eu gostaria de, rapidamente, ler um dos preceitos do Regimento: art. 142, parágrafo único, inc. VIII, que diz o seguinte (Lê): “É permitido a qualquer pessoa assistir às Sessões da Câmara, sendo vedadas atitudes que atentem contra a honra e a dignidade do Poder Legislativo, da Mesa condutora dos trabalhos ou de qualquer Vereador”.

Isso significa dizer que este preceito é objetivo, como o Regimento é objetivo. Não há subjetividade. Cumpre à direção dos trabalhos, ao Presidente, interpretá-lo. Nós acreditamos - não temos dúvidas e já há uma tradição nesse sentido - que as palmas e o silêncio aos oradores são perfeitamente encartáveis nas normas do Regimento. O que nós não podemos permitir é que haja, de parte das galerias e também de parte dos Vereadores, qualquer tipo de agressão, porque o Regimento se aplica a todos nós. É uma norma objetiva, não é a vontade do Presidente, não é a vontade desse ou daquele. Então, o que nós queremos firmar aqui é: que bom que a Casa, que os parlamentos tenham as suas galerias lotadas pelo povo, porque este é um Poder do povo. Esta Casa representa a vontade plural da cidade de Porto Alegre. Todos os que estão sentados nas galerias têm aqui representantes, Parlamentares que representam os seus pensamentos.

Portanto, vamos assegurar a todos que comparecerem nesta Casa as garantias necessárias para que aqui se encontrem como se na sua casa se estivessem.

Mas nós temos que, inquestionavelmente, fazer cumprir o Regimento, que é objetivo, sem o qual nós não conseguimos levar adiante os trabalhos da Casa.

Por outro lado, as entidades têm a seu dispor a Tribuna Popular. As entidades que quiserem vir à Tribuna Popular poderão fazê-lo, é só requererem à Casa, que esta deferirá o pedido para que venham aqui colocar as suas idéias.

Então, é o que nós queremos, e nós já temos uma pequena história, estamos ingressando no sétimo mandato de Vereador, já atravessamos todas as tempestades que se passaram de um período até esta data na Câmara Municipal de Porto Alegre.

Quero agradecer a presença das senhoras e dos senhores; continuem vindo até esta Casa, venham trazer as suas reivindicações, venham trazer seus protestos, mas na forma do Regimento, pelos mecanismos que o Regimento assim dispõe. Portanto, Sr. Presidente dos trabalhos, quero agradecer, mais uma vez, a participação de todos, e dizer que aqui na Câmara estamos à disposição para cumprir as finalidades que o Legislativo tem em defesa da nossa população. Obrigado. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. MÁRCIO BINS ELY: Ver. João Carlos Nedel, na presidência dos trabalhos, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, público que abrilhanta a Casa com a sua presença nas galerias, comunidades da Zona Sul – em especial uma saudação aos moradores e à Associação Comunitária do Bairro Costa e Silva pela sua presença e pela sua luta em prol de moradia. (Palmas.) Venho hoje a esta tribuna falar no Tempo de Liderança, em nome da Bancada do PDT, composta pelos Vereadores Nereu D’Avila, Neuza Canabarro, Ervino Besson, Dr. Goulart, Mario Fraga e este Vereador que lhes fala. Celebramos no dia 1º de março o aniversário de nascimento do Presidente João Belchior Marques Goulart. Ele faria 87 anos, pois é de 1918; derrubado pelo Golpe de 64 e falecido em pleno exílio, na Argentina, em 1976. Jango, como era popularmente chamado, iniciou na política ainda jovem, elegendo-se Deputado Estadual pelo antigo Partido Trabalhista do Presidente Getúlio Vargas, de quem foi Ministro do Trabalho, marcou sua presença no Ministério a partir de junho de 1953, propondo a elevação do salário mínimo em 100%, por entender que “não são os salários que elevam o custo de vida, pelo contrário, a alta do custo de vida é que exige salários mais altos”.

Em razão disso, Jango foi derrubado do Ministério por pressões incontornáveis impostas ao Governo. Mas, em 1º de maio de 1954, Getúlio concede o aumento de 100% aos trabalhadores, proposto por Jango, quando o clima vivido no País era de aberta conspiração. Com a dramática morte de Getúlio Vargas, por suicídio, em 24 de agosto de 1954, Jango assumiu a liderança do trabalhismo e foi eleito, em 1955, e reeleito, em 1960, Vice-Presidente da República, quando a população votava diretamente para os cargos de Vice-Presidente.

Com a renúncia do Presidente Jânio Quadros, eleito em chapa adversária, Jango assume na esteira da memorável Campanha da Legalidade, comandada pelo bravo Governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola. Toma posse em 7 de setembro de 1961, mas, através de uma Emenda Constitucional, ilegalmente votada, implanta-se no País o Parlamentarismo, restringindo os poderes do Presidente. O Presidente João Goulart desencadeia, então, uma cruzada nacional pelas reformas de base e por uma legislação limitando a remessa de lucros para o Exterior. O apoio popular às propostas é sentido nas eleições para o Congresso, em 1962, com a expressiva votação dada aos candidatos do trabalhismo. Jango também vence em janeiro de 1963, obtendo o retorno ao sistema Presidencialista em plebiscito com mais de 80% dos votos. A partir daí a mobilização popular se expande e, em 15 de março de 1964, Jango enviou ao Congresso uma mensagem presidencial reclamando, entre outras medidas, a realização imediata da reforma agrária e a implantação da Lei de Remessa de Lucros.

As reformas de base de João Goulart pregavam: reforma agrária que ensejasse a milhões de lavradores condições de viver, comer e progredir com suas famílias e que assegurasse a fartura na cidade; reforma urbana que socorresse tanto os milhões de favelados como a classe média escorchada pelos alugueis; reforma educacional que oferecesse vagas na rede pública a todas as crianças, ensejando-lhes meios de prosseguir nos estudos, segundo a capacidade de cada uma delas; reforma tributária que corrigisse a desigualdade da distribuição de encargos entre o capital e o trabalho, entre os ricos e os pobres, entre os trabalhadores e os patrões; reforma administrativa que acabasse com o burocratismo e a corrupção no serviço público; reforma eleitoral que incluísse todos os brasileiros adultos, principalmente a maioria constituída de analfabetos, na condição de eleitores e elegíveis; reforma universitária que permitisse edificar as universidades necessárias para promover o desenvolvimento nacional autônomo a partir do modelo implantado com a UNB; reforma bancária que desse crédito e financiamento a todas as forças produtivas a juros normais, sem usura e corrupção. E, sobretudo, uma reforma no trato com as multinacionais, para que o País deixasse de ser condenado à dependência, o que se concretizaria na Lei de Remessa de Lucros.

Jango caiu por suas virtudes e hoje pode ser lembrado como um Presidente que não traiu seu povo.

Ficam registradas as homenagens do PDT ao grande estadista, último Presidente trabalhista do Brasil. Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. RAUL CARRION: Ver. Elói Guimarães, eu queria fazer uma comunicação no sentido de que a Comissão de Urbanismo, Transporte e Habitação, com seus integrantes aqui presentes, Ver. Mario Fraga, Ver. Brasinha, Ver. Comassetto, este Vereador e o Ver. Ismael, já chegou ao entendimento para realizar a reunião referente à comunidade Cohab Costa e Silva, a realizar-se no dia 11, sexta-feira, às 10h. A comunidade já pode sair daqui com esta reunião marcada. Muito obrigado, meu Presidente. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo da Verª Maristela Maffei.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, assistentes da TVCâmara, visitantes nas galerias, comunidade da Região Sul, Associação Comunitária do Bairro Costa e Silva, a nossa saudação a todos. Eu agradeço a cedência deste tempo à nossa Líder, Verª Maristela Maffei, pois eu não poderia deixar de me manifestar ante algumas coisas que são ditas aqui nesta tribuna, aqui neste microfone.

Nós tivemos, na última sexta-feira, a majoração dos serviços de água em Porto Alegre, na ordem de 11,40%, algo que ocorre ordinariamente, se abalizado pelo Conselho Deliberativo do DMAE. E eu vi aqui, por parte de um Vereador, uma atitude, e eu estou falando de atitude, porque assim dizendo não se ofendem as pessoas, mas se fala das características das atitudes quando elas não têm coerência e quando elas são demagógicas. Estou falando daquilo que disse o Ver. Sebastião Melo, ontem, porque foi muito duro, foi muito difícil administrar o DMAE. Nós tivemos, sim, uma gestão de sucesso, porque garantimos água para todos, mesmo hoje, com esta estiagem, cem por cento das famílias de Porto Alegre têm água, pelo menos da melhor qualidade possível, garantida. E eu tive, como Diretor do DMAE, 19 ações judiciais que tentavam cassar as tarifas. E, ao mesmo tempo, obtive 19 ações que me davam razão sobre os atos e sobre os procedimentos que foram considerados absolutamente legais, todos eles. E assim nós conseguimos obter recursos tarifários para realizar uma gestão eficiente que pudesse dar retorno adequado e necessário para a nossa comunidade. E está aí, quando enfrentamos uma crise brutal com a estiagem no Rio Grande do Sul, na Região Sul do País, com a proliferação de algas, com todas as dificuldades, mesmo assim, Porto Alegre consegue atender a sua comunidade com água de qualidade. E é por causa disso, por causa das tarifas, por causa dos investimentos que foram feitos, que geraram a possibilidade da melhor sustentabilidade para o Departamento.

E aí, eu digo, Ver. Sebastião Melo, se V. Exª acha que tem razão – porque não tem -, por que V. Exª, que é da base do Governo agora, não devolve, então, aquilo que V. Exª acha que foi cobrado a mais? Por que V. Exª não convence o seu Governo a devolver? Porque, agora, como V. Exª é Governo, tem a possibilidade de fazer isso, de forma séria e responsável, e não com atitudes demagógicas como, sistematicamente, V. Exª tem feito! É a sua oportunidade também de devolver o aumento da tarifa de ônibus! Por que V. Exª não o faz?!

Não adianta, aqui, fazer discurso, dizer uma coisa e, depois, agir de forma contrária, como V. Exª vem fazendo há muitos anos! É hora de ter coerência! É hora de dizer e fazer aquilo que é dito, assim como o faz o meu Partido.

E eu quero falar, aqui, também, um pouco sobre a Saúde! Ninguém disse que a Saúde de Porto Alegre era a sétima maravilha! A Saúde de Porto Alegre tem virtudes, sim, tem postos que são excelentes e tem postos que são muito problemáticos. Existem áreas que são muito boas, mas existem áreas que são difíceis, que são penalizadas.

Ontem, nós ouvimos aqui uma manifestação clara, genuína, do fundo da alma, do Ver. Dr. Goulart, que é um profissional sério, respeitado, e que trouxe o problema real. Podemos fazer nossas as suas palavras, não há problema nenhum! No entanto, o que não podemos permitir é que, quando uma quadrilha de dentro do Posto de Distribuição desviava remédios, o Secretário de Saúde substituto do Governo do Estado diga que o problema dos critérios do Governo anterior não garantiam que o sistema não fosse vulnerável a fraudes! Ora, o Governo do Estado, Ver. Sebastião Melo, está governando este Estado há 26 meses e põe a culpa, pelos desmandos, pela falta de competência, pelo despreparo, ao Governo que terminou há 26 meses! E o povo está sofrendo!

E a mesma coisa acontecesse, em muitos casos, aqui na Prefeitura, porque dizem que antes era partidarizado, que antes eram agentes políticos do PT! Ora, o que é isso senão trazer agentes políticos, gerentes de todas as cidades, aí, sim, de um Partido Político?! Mas aí pode, e é dito que é outra coisa!

Enquanto isso, aquilo que foi dito que seria melhorado, está piorando, e está piorando muito! Esse é o problema! Por quê? Por despreparo, por incompetência, por partidarização e por não entender o real problema que se coloca. Porque é muito mais do que as palavras fáceis que são ditas, do que as atitudes demagógicas que são tomadas - e que por muito tempo aconteceram aqui -, e agora querem repassar a culpa para aqueles que não a têm. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Mônica Leal está com a palavra em Comunicações.

 

A SRA. MÔNICA LEAL: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, funcionários desta Casa e imprensa, venho a esta tribuna, hoje, para fazer uma indagação. Eu gostaria de saber se por acaso fosse um militar a dar uma coronhada na nuca de Diógenes Sobrosa de Souza, ocasionando grave ferimento no crânio, esmigalhando sua cabeça a golpes de fuzil, ocasionando-lhe a morte, nós, Vereadores desta Câmara de Porto Alegre, aprovaríamos a indicação de seu nome para uma rua de nossa Cidade?

Esse homem foi preso em dezembro de 1970; em 1971, foi julgado e condenado. Foi libertado com a Lei da Anistia. Não estou aqui para discutir ideologias ou bandeiras políticas, e sim para discutir o fato de esse homem ter tirado a vida de uma outra pessoa e, surpreendentemente, ser merecedor de homenagem como essa que lhe foi prestada.

Esse homem cometeu um crime, portanto não pode e não deve ser homenageado independente da bandeira política. Esta é a questão: a não-homenagem não está de forma alguma ligada à coloração política, e sim à reputação do homenageado. Está havendo uma confusão na interpretação de alguns colegas Vereadores.

Suponho que o proponente da homenagem desconhecia o passado do guerrilheiro, até porque ele era paulista, e ignorava, com certeza, detalhes da sua biografia que informavam ser ele um criminoso.

O material está chegando de vários lugares do Brasil, dizendo quem era o Sr. Diógenes e referindo o crime que ele cometeu. Se o proponente da homenagem soubesse disso, certamente não proporia que seu nome fosse dado a uma rua desta Cidade. Mas, agora que sabemos, é preciso reparar o engano, o grave erro. Não podemos permitir que a nossa mui valorosa Capital tenha uma rua com o nome de um homem que cometeu um crime de morte, crime covarde, sem justificativa nenhuma. Sinceramente, não vejo como nós, porto-alegrenses, possamos cultuar a memória de alguém que esmigalhou o crânio de um militar da Polícia de São Paulo, Tenente Alberto Mendes Júnior. Como vamos permitir uma homenagem a alguém que praticou um crime aviltante.

Não posso assistir calada a um despropósito desses. Não quero, no futuro, arrepender-me do que deixei de fazer. Estou aqui neste momento, senhoras e senhores, porque esta é minha obrigação de Vereadora de Porto Alegre. Quero, sim, poder dizer, lá na rua, olhando olho no olho as pessoas, que cumpri a minha parte, que a minha consciência está tranqüila.

Se nós, Vereadores, permitirmos essa homenagem, estaremos, com certeza, abrindo precedentes para que outras desse tipo aconteçam. Quem sabe não estaremos num futuro próximo aprovando um nome de rua para o criminoso Melara, com a justificativa de que ele foi uma conseqüência da exclusão social?

Os moradores dessa rua apresentaram um abaixo-assinado solicitando a revogação do nome por desconhecer por completo quem era o Sr. Diógenes. Está aqui, eu tenho o documento na minha mão (Mostra o abaixo-assinado.), principalmente quando descobriram tratar-se de um criminoso condenado.

A proposição de revogar o nome da rua é uma ação conjunta minha e do Ver. Ervino, que, ao tomar conhecimento de que esse homem havia cometido um crime, assinou, prontamente, a revogação do nome de rua. Saio desta tribuna com a certeza de que cumpri o meu compromisso para com a minha Cidade. Afinal, é para isso que prestei o meu juramento. Obrigada.

(Revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. NEREU D’AVILA: Sr. Presidente desta Casa, Elói Guimarães, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, é lamentável que tenhamos que enfrentar o assunto ora proposto pela Verª Mônica Leal. Mas eu até quero dizer que V. Exª, Vereadora, na realidade é de outra geração e está aqui representando, dando continuidade ao mandato do seu pai, o nosso querido amigo Pedro Américo Leal. A cidade de Porto Alegre tem problemas mil, há pouco estava sendo discutida a questão da Saúde, que é um dos seus problemas prioritários, mas temos de enfrentar todas as questões, como Vereadores da Cidade, inclusive essas que se referem a nomes de rua.

Agora, quero deixar bem clara a minha posição em relação a esse episódio. Primeiro: é lamentável que se tragam situações que já estão superadas no tempo e no espaço. Outra coisa: a questão, em que foi envolvido esse cidadão, cujo nome está se pedindo a revogação, lá do Vale da Ribeira, foi numa das mais sangrentas batalhas de guerrilha em que estiveram envolvidos brasileiros e brasileiras. Uns de um lado, defendendo a institucionalidade, ou seja, um governo autoritário, uma ditadura, e outros, muitos, a maioria estudantes, idealistas, pessoas que queriam, por meio da luta armada – e era um direito deles – mudar os rumos do País e mudar o regime para que o povo tivesse participação. Era uma guerra e em guerra morrem pessoas dos dois lados. Então, quando a Vereadora leu aqui algo que lhe foi dado pelos militares, dizendo que houve violência na morte do Tenente, depois promovido a Capitão, por esse cidadão a que o Ver. Ervino deu o nome da rua, perguntei: quantos e quantos milhares de guerrilheiros foram também, da mesma maneira ou pior, mortos nessa infeliz guerra, naqueles tempos rudes que – durante 20, 25 anos – este País atravessou? Por exemplo: Rubens Paiva, cujo filho, ao atirar-se numa piscina ficou inválido para o resto da vida, com uma cabeça maravilhosa, que escreveu livros maravilhosos como: Feliz Ano Velho. Rubens Paiva, de quem até hoje não se tem notícia, era Deputado pela Guanabara, era comunista. Manuel Filho, Vladimir Herzog - inventaram que se enforcou na prisão.

Então, ora, acho que não se deve levantar essa tampa que, aliás, a história já sepultou e na própria democracia, quando instituída, a partir das eleições diretas para Presidência da República, até por um General, o último General, João Figueiredo, concedeu anistia. Anistia para ambos os lados! De modo que se buscar agora uma situação parcial é absolutamente inaceitável.

Para terminar, então, eu queria chamar a atenção dos meus Pares para uma questão: Verª Mônica, com todo respeito, eu sei que V. Exª é Vereadora, tem o direito, e nós aqui somos todos amigos do Cel. Pedro Américo Leal, mas ideologicamente temos posições absolutamente contrárias. Se, porventura, esta Casa revogasse esse nome de rua, seria uma capitis diminutio à instituição Câmara de Vereadores, porque, convenhamos, aparece no jornal Zero Hora uma fotografia do Cel. Pedro Américo Leal, nosso eminente amigo e até há pouco tempo Vereador, junto com o Ver. Ervino Besson e a Verª Mônica, exigindo que esta Casa revogue uma Lei que foi votada por unanimidade, porque agora o setor militar achou de restituir ao Tenente a improcedência do nome da rua com o nome do guerrilheiro que ora se quer revogar.

 

A Sr.ª Mônica Leal: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, eu gostaria de esclarecer dois aspectos: eu não estou discutindo ideologia política; eu estou discutindo que é o nome de um homem que cometeu um crime; o segundo aspecto é que ninguém exigiu que o Ver. Ervino assinasse. Desde janeiro eu estou falando com ele, que, conhecedor dos fatos, prontificou-se a revogar, junto comigo. Só para lhe esclarecer.

 

O SR. NEREU D'AVILA: Respondendo a V. Exª objetivamente: crimes foram cometidos dos dois lados – então não é essa a situação. Segundo: a Lei, depois que foi votada por esta Casa, não pertence mais individualmente ao Ver. Ervino, agora é uma questão institucional. E para concluir, Sr. Presidente: se esta Casa, porventura – e eu não acredito nessa desventura –, viesse a revogar essa Lei, estaria voltando atrás, e seria uma capitis diminutio à instituição Câmara de Vereadores, que estar-se-ia posicionando parcialmente por algo que está sepultado, pois essas ocorrências aconteceram de ambos os lados. Portanto, eu creio que esse assunto é um assunto que se prosperar, de minha parte, eu acho que já não é individual, Ver. Besson, é da Casa, e esta Casa não vai ajoelhar-se a imposições de setor nenhum, principalmente aquele que submeteu o País a 20 anos de ditadura. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Paulo Odone está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) O Ver. Professor Garcia está com a palavra em Comunicações. (Pausa.)

Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR (Art. 151 do Regimento)

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1.ª SESSÃO

 

PROC. N.º 0104/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 004/05, de autoria do Ver. Raul Carrion, que institui a “Semana Municipal de Combate e Prevenção ao Câncer de Próstata”, a ser realizada a partir do dia 27 de novembro (Dia Nacional de Combate ao Câncer).

 

PROC. N.º 0357/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 017/05, de autoria do Ver. Raul Carrion, que torna obrigatória a afixação do Alvará de Funcionamento e do Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndio nas portas de acesso dos estabelecimentos de diversões públicas.

 

PROC. N.º 0568/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 028/05, de autoria da Ver.ª Margarete Moraes, que assegura aos idosos reserva de pelo menos 5% das vagas em estacionamentos públicos e privados do Município.

 

PROC. N.º 4748/01 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 027/01, de autoria  do Ver. Sebastião Melo, que  dispõe  sobre a proibição do uso de materiais, elementos construtivos e equipamentos da construção civil constituídos de amianto.Com Substitutivo n.º 01 e Emenda n.º 01 ao Substitutivo.

 

PROC. N.º 0417/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 016/02, de autoria do Ver. Sebastião Melo, que determina que o Executivo Municipal se responsabilize por danos e furtos de veículos automotores e acessórios estacionados em área que realize cobrança.

 

PROC. N.º 4529/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 348/03, de autoria do Ver. Sebastião Melo, que determina ao Executivo Municipal disponibilizar aos cidadãos em geral acesso via Internet ao sistema de gerenciamento de marcação de consultas médicas, exames, cirurgias e leitos hospitalares do SUS.

 

PROC. N.º 4531/03 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 349/03, de autoria do Ver. Sebastião Melo, que dispõe sobre a obrigatoriedade de o Município de Porto Alegre indenizar as vítimas de acidentes resultantes de alagamentos nas vias públicas, quando preenchidos os requisitos exigidos nesta lei.

 

PROC. N.º 4758/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 201/04, de autoria do Ver. Claudio Sebenelo, que institui o serviço de entrega e coleta de pequenas cargas, mediante utilização de motocicletas, no Município de Porto Alegre, denominado moto-frete, e dá outras providências. Com Substitutivo n.º 1.

 

PROC. N.º 0480/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 025/05, de autoria da Ver.ª Margarete Moraes, que veda a afixação de propaganda ou publicidade nos locais que menciona, que prejudiquem a higiene e a estética urbana ou contravenha a posturas municipais ou a outra qualquer restrição de direito, exceto àquelas destinadas à promoção de eventos de âmbito cultural, como Bienal, Exposições e Feiras, respeitada a legislação municipal relativa ao tema.

 

PROC. N.º 0997/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 044/05, de autoria do Ver. Ervino Besson, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre a Dom Dadeus Grings.

 

PROC. N.º 0854/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 59/05, de autoria do Ver. Sebastião Melo, que institui o “Dia da Câmara Solidária” na Câmara Municipal de Porto Alegre, a ser realizado, anualmente, na primeira terça-feira de setembro, com a preparação de almoço ou jantar pelos Vereadores, cuja renda dos convites reverterá para entidades carentes.

 

PROC. N.º 1076/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 063/05, de autoria da Ver.ª Neuza Canabarro, que acrescenta art. 228-A e altera a redação do § 3º do art. 228 da Resolução n. 1.178, de 16 de julho de 1992, e alterações posteriores, acrescentando ao Colégio de Líderes um Líder e um Vice-Líder do Governo, indicados pelo Executivo Municipal.

 

PROC. N.º 1094/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 064/05, de autoria da Ver.ª Mônica Leal, que altera a redação do inciso V do art. 30, do inciso V do art. 31, e do art. 40 da Resolução n. 1.178, de 16 de julho de 1992, e alterações posteriores, passando a denominar Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana a atual Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos, composta de seis integrantes.

 

2.ª SESSÃO

 

PROC. N.º 0725/92 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 041/92, de autoria do Ver. Nereu D’Avila, que altera as Leis n.os 6.431, de 03 de agosto de 1989, e 6.998, de 10 de janeiro de 1992. Com Emendas n.ºs 01 , 02 e 03 e Substitutivo n.º 01. (Passagem Escolar)

 

PROC. N.º 1941/00 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 136/00, de autoria do Ver. Adeli Sell, que revoga  a Lei nº 5.738, de 7 de janeiro de 1986, e alterações posteriores, que regula, no Município de Porto Alegre, as atividades dos guardadores e lavadores autônomos de veículos automotores.

 

PROC. N.º 0765/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 026/02, de autoria do Ver. Adeli Sell, que proíbe as rinhas de galo e de cães no Município de Porto Alegre.

 

PROC. N.º 5139/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 213/04, de autoria do Ver. Haroldo de Souza, que denomina Beco Casemiro Schmiedel o logradouro não-cadastrado, conhecido como Beco Dois - Estrada São Caetano.

 

PROC. N.º 5311/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 225/04, de autoria dos Vereadores Reginaldo Pujol e Isaac Ainhorn, que denomina Rua José Lamaison Porto um logradouro público não-cadastrado, localizado no Bairro Rubem Berta. (desarquivado pela Ver.ª Maristela Meneghetti)

 

PROC. N.º 5682/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 236/04, de autoria do Vereador João Carlos Nedel, que denomina Rua São Josemaría Escrivá um logradouro não-cadastrado, localizado no Bairro Jardim do Salso.

 

PROC. N.º 5848/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 240/04, de autoria do Vereador Raul Carrion, que denomina Terminal Rodoviário Jornalista Barbosa Lima Sobrinho o Terminal Rodoviário Triângulo, localizado entre as Avenidas Assis Brasil, Baltazar de Oliveira Garcia e Rua Joaquim Silveira.

 

PROC. N.º 3251/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 135/04, de autoria do Vereador Ervino Besson, que denomina Praça Prof.ª Ângela Locatelli um logradouro público não-cadastrado, localizado no Bairro Guarujá.

 

PROC. N.º 5138/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 212/04, de autoria do Vereador Haroldo de Souza, que denomina Beco José Imhoff o logradouro não-cadastrado, conhecido como Beco Um - Estrada São Caetano.

 

PROC. N.º 5280/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 220/04, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Nei Remedi um logradouro público cadastrado, localizado no Loteamento Moradas da Hípica.

 

PROC. N.º 5294/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 223/04, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua João Costi um logradouro público cadastrado, localizado no Loteamento Moradas da Hípica.

 

PROC. N.º 5882/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 244/04, de autoria do Vereador João Carlos Nedel, que denomina Rua Sargento João de Castro um logradouro não-cadastrado, conhecido como Rua D, localizado na região conhecida como Chácara dos Bombeiros.

 

PROC. N.º 0430/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 019/05, de autoria do Vereador João Carlos Nedel, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Nilton Juarez Albuquerque.

 

PROC. N.º 0495/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 027/05, de autoria da Vereadora Manuela, que dispõe sobre a exigência de reserva de vagas nos contratos firmados entre o Município e as entidades prestadoras dos serviços de creches, destinada às jovens mães carentes que estejam estudando.

 

PROC. N.º 2820/98 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 142/98, de autoria do       Ver. Reginaldo Pujol, que denomina Praça Elízio Lima Quintans um logradouro irregular, localizado no Loteamento Wenceslau Fontoura.(desarquivado pela Ver.ª Maristela Meneghetti)

 

PROC. N.º 2652/00 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 188/00, de autoria do Ver. Adeli Sell, que autoriza o Executivo Municipal a implantar, nas creches e escolas da rede pública municipal, o Programa Respire Bem.

 

PROC. N.º 2571/02 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 013/02, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que altera dispositivos da Lei Complementar nº 434, de 1º de dezembro de 1999, e alterações posteriores (Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental de Porto Alegre).(desarquivado pela Ver.ª Maristela Meneghetti)

 

PROC. N.º 1253/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 031/03, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que denomina Praça Giacomo Domenico Zaffari um logradouro público não-cadastrado, localizado no Bairro Tristeza.(desarquivado pela Ver.ª Maristela Meneghetti)

 

PROC. N.º 5279/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 219/04, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Ernani Behs um logradouro público não-cadastrado, localizado no Loteamento Moradas da Hípica.

 

PROC. N.º 5870/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 249/04, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Alvaristo Rodrigues o logradouro não-cadastrado, conhecido como Rua A 2, localizado na região conhecida como Chácara dos Bombeiros.

 

PROC. N.º 5895/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 247/04, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua da Libertação um logradouro não-cadastrado, localizado na região conhecida como Chácara dos Bombeiros.

 

PROC. N.º 5883/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 245/04, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Dona Ani um logradouro não-cadastrado, localizado na região conhecida como Chácara dos Bombeiros.

 

PROC. N.º 5896/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 248/04, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Dona Valmira um logradouro não-cadastrado, localizado na região conhecida como Chácara dos Bombeiros.

 

PROC. N.º 5969/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 250/04, de autoria dos Vereadores Dr. Goulart e Reginaldo Pujol, que denomina Rua Dr. Alpheu Maximiliano Rodrigues de Barcellos, o logradouro público não-cadastrado localizado no Bairro Vila Nova.

 

PROC. N.º 0102/05 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N.º 001/05, de autoria do Ver. Raul Carrion, que modifica a Lei Complementar n. 320, de 02 de maio de 1994, e alterações posteriores, que dispõe sobre a denominação de logradouros públicos, com nova redação ao § 3º do art. 2º e ao art. 4º. proibindo que logradouros ou equipamentos públicos recebam a denominação de uma mesma pessoa, data, fato histórico ou geográfico, bem como dar mesma denominação a mais de um logradouro ou equipamento público, inclusive de categorias diferentes, e acrescenta ao art. 5º a expressão “croqui, aero o outro”, e ao art. 9º, a expressão “servidão, espaço e mirante”.

 

PROC. N.º 0623/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 031/04, de autoria da Ver.ª Neuza Canabarro, que institui o Cadastro Permanente de Pessoas Portadoras de Necessidades Especiais (CAPENE), para fins educacionais.

 

PROC. N.º 0697/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 035/04, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que institui o Dia da Prevenção à Morte Súbita no Município de Porto Alegre, a ser realizado, anualmente, no dia 14 de agosto.

 

PROC. N.º 0701/05 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N.º 004/05, de autoria do Ver. Newton Braga Rosa, que acrescenta art. 32-C à Lei Complementar n. 07, de 07 de dezembro de 1973, e alterações posteriores, que institui e disciplina os tributos de competência do Município, dispondo sobre o destaque do valor do ISSQN nas Notas Fiscais de Serviços.

 

PROC. N.º 2973/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 084/04, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que cria o Título Honorífico e o Troféu “José Bertaso”, que serão concedidos, anualmente, à pessoa física ou jurídica com notória atuação na defesa e promoção da cultura rio-grandense e dá outras providências.

 

PROC. N.º 3836/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 099/04, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que concede o Título Honorífico de Líder Comunitária à Senhora Eloah dos Santos Alves.

 

PROC. N.º 0099/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 039/05, de autoria do Ver. Raul Carrion, que concede o prêmio artístico “Lupicínio Rodrigues” ao Grupo Temático Pedagógico Ponto Z.

 

PROC. N.º 0100/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 040/05, de autoria do Ver. Raul Carrion, que concede o Prêmio Mérito Sindical ao Sindicato dos Músicos Profissionais do Estado do Rio Grande do Sul.

 

PROC. N.º 0103/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 041/05, de autoria do Ver. Raul Carrion, que reserva o Salão Glênio Peres, a Avenida Cultural Clébio Sória, o “T” Cultural Vereadora Tereza Franco, o Saguão do Salão Adel Carvalho, o Saguão do Plenário Otávio Rocha e o Saguão do Correio da Câmara Municipal de Porto Alegre, durante a Semana da Consciência Negra, para promoção de atividades artístico-culturais relacionadas à etnia negra.

 

PROC. N.º 0117/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 046/05, de autoria do Ver. Carlos Comassetto, que concede à Feira Ecológica da José Bonifácio o Prêmio Ecologista do Ano José Lutzenberger.

 

PROC. N.º 0119/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 048/05, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que concede Comenda Pedro Weingärtner à Senhora Dilva Inez Camargo.

 

PROC. N.º 0129/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 049/05, de autoria do Ver. Claudio Sebenelo, que concede o “Troféu Destaque Mário Quintana” ao Senhor Milton Ferretti Jung.

 

PROC. N.º 0320/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 053/05, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que altera a Resolução n. 1.178, de 16 de julho de 1992, e alterações posteriores, (Regimento da Câmara Municipal de Porto Alegre), dando nova redação ao § 1º e acrescentando §§ 3º, 4º, 5º e 6º ao art. 7º, estabelecendo que a segunda sessão plenária de cada mês seja realizada nas sedes de associações comunitárias, clubes ou salões paroquiais, cujo agendamento será definido pela Mesa.

 

PROC. N.º 0672/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 054/05, de autoria do Ver. Bernardino Vendruscolo, que institui, na Câmara Municipal de Porto Alegre, o ano comemorativo do centenário do nascimento do Escritor Érico Veríssimo.

 

PROC. N.º 0727/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 056/05, de autoria do Ver. Adeli Sell, que concede o Prêmio Apito de Ouro ao Árbitro de Futebol Flávio Fernando Abreu.

 

PROC. N.º 5296/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 224/04, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Antônia Zardin Perondi um logradouro público cadastrado, localizado no Loteamento Moradas da Hípica.

 

PROC. N.º 5319/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 226/04, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Jany Pasin um logradouro público não-cadastrado, localizado no Loteamento Moradas da Hípica.

 

PROC. N.º 5322/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 227/04, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Ido Ernesto Günther um logradouro público não-cadastrado, localizado no Bairro Mário Quintana.

 

PROC. N.º 5351/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 228/04, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Avenida Antônio Garcia da Costa um logradouro público não-cadastrado, localizado no Bairro Hípica.

 

PROC. N.º 5842/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 239/04, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Jacob Edgar Horn um logradouro público cadastrado, localizado no Bairro Vila Nova.

 

PROC. N.º 5856/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 242/04, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua José Fernando da Silva um logradouro público não-cadastrado, conhecido como Rua A 1, localizado na região conhecida como Chácara dos Bombeiros.

 

PROC. N.º 5865/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 243/04, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Senhor Dario um logradouro não-cadastrado, localizado na região conhecida como Chácara dos Bombeiros.

 

3.ª SESSÃO

 

PROC. N.º 1121/00 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N.º 005/00, de autoria do Ver. João Antonio Dib, que institui o Plano de Incentivo à Transferência de Potencial Construtivo dos imóveis atingidos pelo traçado viário projetado. Com Emenda n.º 01.

 

PROC. N.º 2481/00 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N.º 015/00, de autoria do Ver. João Antonio Dib, que institui Procedimento Simplificado para regularização de edificações e dá outras providências. Com Emendas n.ºs 01 a 03.

 

PROC. N.º 1115/01 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 004/01, de autoria do Ver. João Antonio Dib, que altera a redação dos arts. 26, 27, 28 e os Anexos 1, 4, 5, 6, 7 e 8 da Lei Complementar nº 434, de 1º de dezembro de 1999 (PDDUA) e dá outras providências. Com Emenda nº 01.

 

PROC. N.º 5767/04 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N.º 017/04, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que altera os arts. 1º e 2º da Lei Complementar n.º 462, de 18 de janeiro de 2001, que dispõe sobre a construção de novas lojas de varejo de gêneros alimentícios (supermercados e hipermercados) em Porto Alegre, passando para 2.500m2 o limite permitido com a área computada, bem como a edificação deverá destinar espaço para sanitário e vestiário dos funcionários, depósito e carga/descarga coberta.

 

PROC. N.º 1814/01 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 103/01, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que dispõe sobre a criação de Shoppings Populares, através da permissão de uso de local pelo Poder Público Municipal, para a exploração de atividades econômicas informais. Com Emenda n.º 01.

 

PROC. N.º 1179/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 052/02, de autoria do Ver. Adeli Sell, que revoga a Lei nº 6.944, de 26 de novembro de 1991, que isenta do pagamento do ISSQN as Cooperativas que se enquadrarem nos seus dispositivos.

 

PROC. N.º 3320/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 210/02, de autoria do Ver. Adeli Sell, que obriga as clínicas e estabelecimentos similares que realizam bronzeamento artificial a colocarem avisos em suas dependências, alertando os usuários de que a exposição aos raios ultravioletas pode causar danos à saúde, inclusive câncer, e dá outras providências.

 

PROC. N.º 1566/03 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 046/03, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que cria, no âmbito do Município de Porto Alegre, creches para idosos. Com Emenda n.º 01.

 

PROC. N.º 4370/03 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 327/03, de autoria do Ver. Dr. Goulart, que implanta o serviço de Ecografia Obstétrica no SUS do Município.

 

PROC. N.º 5365/03 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 402/03, de autoria do Ver. Sebastião Melo, que cria no Município de Porto Alegre o Programa SOS Idosos Desaparecidos.

 

PROC. N.º 5947/03 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 433/03, de autoria do Ver. Dr. Goulart, que implanta a cirurgia plástica de mamas e de abdômen no SUS do Município.

 

PROC. N.º 2145/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 087/04, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que institui o Programa de Recuperação de Créditos da Fazenda Pública do Município de Porto Alegre (REFAZ) e dá outras providências. (desarquivado pela Ver.ª Maristela Meneghetti)

 

PROC. N.º 5181/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 216/04, de autoria da Ver.ª Sofia Cavedon, que denomina Rua Everest um logradouro não-cadastrado, localizado no Bairro Vila Nova.

 

PROC. N.º 2686/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 080/04, de autoria do Ver. Haroldo de Souza, que concede o título honorífico de Cidadão Emérito de Porto Alegre ao Senhor Ronaldo Assis Moreira.

 

PROC. N.º 3810/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 095/04, de autoria da Ver.ª Maristela Maffei, que institui o Prêmio “Jovem Cidadão (ã)” a ser concedido a jovens que se destacarem pela realização de projetos sociais na cidade de Porto Alegre.

 

PROC. N.º 0124/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 10/05, de autoria do Ver. Bernardino Vendruscolo, que institui a Semana das Etnias no Município de Porto Alegre, a ser realizada na primeira semana de maio, para divulgação dos hábitos, costumes, história e contribuições das diversas etnias formadoras da sociedade porto-alegrense.

 

PROC. N.º 0451/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 20/05, de autoria do Ver. Nereu D'Ávila, que denomina Rua Hélia Fernandes Presser um logradouro público cadastrado, localizado no Bairro Vila Nova.

 

PROC. N.º 0478/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 23/05, de autoria do Ver. Mauro Zacher, que modifica a redação do § 1.º do art. 3º e inclui o art. 7º-A na Lei n.º 6.998, de 10 de janeiro de 1992, e alterações posteriores, que estende os benefícios do instituto da passagem escolar nos serviços de transporte coletivo explorados, concedidos ou permitidos no Município (Lei n.º 5548/84 e alterações).

 

PROC. N.º 0599/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 29/05, de autoria do Ver. Ervino Besson, que autoriza o Executivo Municipal a implantar telas de proteção nas bocas-de-lobo da rede de esgoto.

 

PROC. N.º 0748/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 36/05, de autoria da Ver.ª Margarete Moraes, que denomina “Marcos Klassman” o conjunto cultural localizado na Rua dos Andradas números 1051 e 1073, no Centro.

 

PROC. N.º 0126/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 39/04, de autoria do Ver. Sebastião Melo, que concede o prêmio jurídico Otávio Francisco Caruso da Rocha ao Advogado Marco Antônio Birnfeld.

 

PROC. N.º 5644/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 121/04, de autoria do Ver. Raul Carrion, que concede o troféu Honra ao Mérito ao Mestre de Capoeira Jean Batista Cléber Teixeira dos Santos, Mestre Churrasco.

 

PROC. N.º 0097/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 037/05, de autoria dos Vereadores Raul Carrion e Dr. Goulart, que concede o prêmio Quilombo dos Palmares a Sirmar Antunes, na modalidade atuação na área artístico-cultural; a Maria Faustina dos Santos (Mãe Maria), na modalidade atuação na área afro-religiosa e a Abdias do Nascimento, na modalidade atuação política e social.

 

PROC. N.º 0098/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 038/05, de autoria do Ver. Raul Carrion, que concede o prêmio de Artes Plásticas Iberê Camargo ao Instituto de Artes da UFRGS.

 

PROC. N.º 0107/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 042/05, de autoria do Ver. Raul Carrion, que destina Sessão Solene alusiva à comemoração da Revolução Farroupilha, anualmente, em data a ser definida pela Mesa Diretora, antecedendo o dia 20 de setembro.

 

PROC. N.º 0116/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 045/05, de autoria do Ver. Comassetto, que concede o Prêmio de Ciência e Tecnologia Mário Schernberg ao Senhor Miguel Aloysio Sattler.

 

PROC. N.º 0173/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 051/05, de autoria dos Vereadores Dr. Goulart e Elias Vidal, que concede o Prêmio Mário Rigatto ao Dr. Elias Morsch.

 

PROC. N.º 0715/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 055/05, de autoria do Ver. Adeli Sell, que concede o título honorífico de Honra ao Mérito Policial ao Major da Brigada Militar Carlos Armindo Thomé Marques.

 

PROC. N.º 0109/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 006/05, de autoria da Ver.ª Manuela, que acrescenta § 2º ao art. 1º e parágrafo único ao art. 3º da Lei n.º 5.548, de 28 de dezembro de 1984 e alterações posteriores, que consolida dispositivos relativos à instituição da Passagem Escolar no Município de Porto Alegre, assegurando ao beneficiário a sua utilização em qualquer dia, bem como optar pela aquisição de, no mínimo, vinte e cinco passagens, permitido mais de uma compra no mês até o limite fixado.

 

PROC. N.º 0787/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 57/05, de autoria do Ver. Mauro Zacher, que concede o Prêmio “Construtor da Paz” ao Senhor Sylas Souza Silveira na categoria pessoa física.

 

PROC. N.º 0811/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 58/05, de autoria do Ver. Mauro Zacher, que concede o Prêmio Não Às Drogas à Fundação Thiago de Moraes Gonzaga.

 

PROC. N.º 1213/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 67/05, de autoria da Mesa Diretora, que extingue e cria cargos no Quadro de Cargos em Comissão e Funções Gratificadas da Câmara Municipal de Porto Alegre e dá outras providências.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, prezados Vereadores e Vereadoras, colegas desta Casa e público que nos assiste, na análise da Pauta, aqui na discussão preliminar dos Projetos, gostaria de me pronunciar a respeito do Processo nº 4529/03, PLL nº 348/03, de autoria do Ver. Sebastião Melo, que determina ao Executivo Municipal disponibilizar aos cidadãos em geral o acesso via Internet ao sistema de gerenciamento de marcação de consultas médicas, exames, cirurgias e leitos hospitalares do SUS. Creio que todas as medidas, todos os projetos que venham para qualificar o nosso Sistema de Saúde, merecem desta Casa, Dr. Goulart, uma profunda análise, uma profunda discussão, para que possamos ajudar a qualificar o Sistema Único de Saúde, nas três esferas, medindo, com clareza, para onde são destinados os recursos, a maneira como é feita a gestão. Este Projeto, de autoria do Ver. Sebastião Melo, é um Projeto que traz para a discussão a gestão do Sistema de Saúde em nosso Município e a relação do Poder Público com a população em geral.

Utilizar o Sistema com o pré-agendamento, como aqui coloca o Vereador, é enfrentar a discussão das filas, que existem e são imensas em nossa Cidade; é a discussão para qualificarmos a relação do tema da Saúde.

E quero aqui, sim, com muita tranqüilidade e muita fraternidade, trazer para o debate, para podermos analisar as propostas, um diagnóstico de nossa realidade, sustentado em todas as dimensões. Isso não é nenhum equívoco político, não é nenhum equívoco de análise, não é nem uma falta de postura e decoro parlamentar.

Portanto, essa iniciativa do Ver. Sebastião Melo, assim como a iniciativa do Ver. Oliboni, no Processo nº 0697/05 - PLL nº 035/04, que institui o Dia da Prevenção à Morte Súbita no Município de Porto Alegre, a ser realizado, anualmente, no dia 14 de agosto, o que significa? Quem é que consegue diagnosticar, no Sistema de Saúde, problemas fisiológicos, problemas que podem ser doenças congênitas? Só quem tem dinheiro, quem tem recurso. Na Saúde Pública não se consegue diagnosticar os problemas que levam as pessoas à morte súbita.

Vereador Mario Fraga, V. Exª, que é um homem do futebol, isso tem acontecido nesse ramo com muita intensidade. E não só os grandes times jogam futebol; a periferia joga futebol. Agora, quantos desses cidadãos podem ter problema de saúde? Então, esse tema relacionado à saúde geral para qualificar a Saúde Pública Municipal é, sim, um tema também pertinente. E pela coerência que tem, Sr. Presidente, trouxe, hoje, para esta tribuna, um debate sobre a Saúde, e me refiro sobre esses dois Projetos, Verª Clênia, porque tenho a disposição, sim, de ajudar a qualificar esse sistema que é nosso, que é um sistema municipal.

Portanto, quero-lhe dizer: não leve para a ordem das relações pessoais, não leve para a ordem dos desentendimentos, da estrutura que o seu Governo está montando, e tenho o relatório que gostaria de lhe passar para contribuir com esse debate.

Portanto, para concluir, reconheço esses dois Projetos como de suma importância para que possamos dinamizar e qualificar o debate nesta Casa. Muito obrigado, Sr. Presidente.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Professor Garcia está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, nós tivemos o cuidado, agora, no início desta Legislatura, de solicitar o desarquivamento de um Requerimento de nossa autoria, já do ano passado, que é relativo a uma Comissão Especial para tratar do uso de bebidas alcoólicas e de drogas, exploração sexual e situação de rua, de crianças e adolescentes no Município de Porto Alegre.

Tivemos a oportunidade, no ano de 2003, de presidir essa Comissão Especial, em que nós ouvimos inúmeras entidades: Departamento Estadual da Criança e do Adolescente; Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente; Associação Esmeralda; União da Associação de Moradores de Porto Alegre - UAMPA; Serviço de Educadores Sociais de Rua; a FASC; Secretaria Municipal de Esportes; Conselhos Tutelares; Secretaria de Governo Municipal; Secretaria Estadual; Instituto de Prevenção e Pesquisa em Álcool; Departamento Estadual de Investigações de Narcotráfico; enfim, mais de 100 entidades para tratar desse assunto.

Deparamo-nos com algumas realidades, por exemplo: no viaduto que fica ali embaixo, ali próximo da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, o Viaduto D. Leopoldina, deparamo-nos com 18 adolescentes que moram na rua, e quatro meninas, entre 14 e 17 anos, estavam grávidas. Inclusive, numa situação bastante atípica, um deles, o pai, era uma criança moradora de rua, adolescente também, que ainda me disse: “Não, Vereador, o senhor não se preocupe, eu tenho 14 anos, mas eu vou poder criar o meu filho”.

Qual é a nossa preocupação? Nós constatamos que são crianças de rua gerando crianças de rua. E nós, como homens e mulheres públicos, temos o dever e a responsabilidade de cuidar, pelo menos de não deixar proliferar cada vez mais esses adolescentes, em número grande, no Município de Porto Alegre.

Fizemos uma constatação também, e verificamos que 60% das crianças que vivem na rua no Município de Porto Alegre não são oriundos de Porto Alegre, são crianças de fora do Município de Porto Alegre, da Grande Porto Alegre.

Então, nós tivemos o cuidado de quê? De procurar fazer uma reunião que envolvesse as Câmaras Municipais desses Municípios, que envolvesse os Executivos, e procuramos fazer uma reunião com a Granpal, ou seja, com os Prefeitos da Grande Porto Alegre, para que se pudesse sensibilizar e criar políticas públicas para que essas crianças pudessem ficar em casa.

Alguns programas foram sugeridos. Por exemplo: primeiro, fazer um levantamento; e nós, naquela oportunidade, detectamos 595 crianças em situação de risco concreto no Município de Porto Alegre. É importante salientar que essas 595 crianças não são 595 crianças que moram na rua, mas que vivem na rua, porque muitas dessas crianças têm uma residência, se deslocam para Porto Alegre ou vêm de algum bairro mais distante do Centro e são pedintes, são pequenos delinqüentes que fazem assaltos, e alguns realmente moram na rua.

Também nos deparamos com a questão do tolueno, que é um produto químico que é a questão do famoso loló, cuja venda é permitida; não há algo em contrário, mas o que fazem? Pessoas adultas viciam os menores e fazem desses menores seus reféns. Estão utilizando essas crianças para fazerem pequenos delitos, e, em contrapartida, ganham a sua droga.

Na semana passada, também tivemos a oportunidade de fazer uma constatação no bairro Ipanema, onde nós pegamos uma menina de 15 anos se prostituindo; a levamos no DECA, falamos inclusive com a delegada, chamamos a mãe da menina, a quem conseguimos localizar. E a mãe nos deu um depoimento: dizia que não adiantava, a criança ia para casa e voltava para a rua. Entramos em contato com o Conselho Tutelar.

São realidades que nós temos, cada vez mais, de sentir e ver, porque essas crianças não têm culpa, mas a grande maioria delas está condenada. Inclusive ouvimos alguns depoimentos dos próprios jovens, dizendo que vários colegas deles já haviam sido mortos. Ora, gente, nós estamos falando com crianças e adolescentes!

Então, eu vou pedir aos Vereadores e Vereadoras que nós tenhamos um cuidado todo especial, mais uma vez, ao constituir essa Comissão, porque são crianças que, cada vez mais, estão gerando crianças dentro do Município de Porto Alegre, e nós, como agentes públicos, temos o dever de zelar por essas crianças. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, cidadãos e cidadãs de Porto Alegre, hoje discuto sobre o Projeto de minha autoria que revoga a Lei nº 5.738, de 7 de janeiro de 1986, e alterações posteriores, que regula, no Município de Porto Alegre, as atividades dos guardadores e lavadores autônomos de veículos automotores, ou seja, os flanelinhas.

Pois, ontem, eu fui colhido de surpresa pela presença de uma pessoa do Sindicato dos Flanelinhas, pela Casa, que se apresentou no meu gabinete.

Há alguns dias, uma emissora de rádio importante fez um programa sobre a questão dos flanelinhas, e não encontrou ninguém no Sindicato, o telefone do Sindicato não atende, e ninguém da direção do Sindicato quis ir ao programa.

Agora apresentei novamente este Projeto de Lei, uma Lei, diga-se de passagem, criada pelo Gen. Ernesto Geisel, Lei Federal que deu, portanto, carta sindical a esse Sindicato, um Sindicato que cobra aqueles coletes laranja com que os guardadores andam pela Cidade, e eles acham que não são flanelinhas.

Nós temos dois tipos de guardadores de carro ou dois tipos de flanelinhas. Eu falo as palavras que estão no português, estão no dicionário, não estou inventando nada, eu não vou entrar nessa palhaçada de que flanelinha é uma coisa e guardador de carro é outra; não, tudo é a mesma coisa. Agora as pessoas são diferentes: há gente séria, há gente honesta, que guarda carro, que cuida, que lava, que limpa, mas também há um bando de bandidos.

Na Cidade Baixa, por exemplo, quem é que consegue colocar, de noite, um carro na Cidade Baixa sem ser achacado? É um lugar que se tornou o Brooklyn do nosso País, a gloriosa Cidade Baixa, com bares, restaurantes, pubs, onde tivemos enormes problemas. Todo mundo sabe, aqui, as inúmeras atividades que nós tivemos no Ministério Público, assim como reuniões aqui nesta Câmara para disciplinar a bagunça generalizada que era a Cidade Baixa. E os flanelinhas continuam até hoje. Na esquina da Comendador Batista com a Sarmento Leite é um ponto de encontro, onde você não diferencia um flanelinha de um batedor de carteira; o cheirador de coca, do vendedor de drogas, tudo é a mesma coisa.

Depois me vêm dizer, aqui, que isso é um problema, que estou atropelando, que sou contra isso, contra aquilo. Bobagem!

Eu conheço muitas pessoas, muitos flanelinhas, me dou com vários deles, agora é o seguinte: ninguém me tira o direito de fazer um Projeto de Lei que acaba com duas leis demagógicas que há aqui na cidade de Porto Alegre. Querem discutir? Querem mudar a minha legislação? Querem disciplinar? Tudo bem. Agora é o seguinte: vai acabar a farra da extorsão! E não adianta o sujeito vir aqui no meu gabinete e dizer assim: “Vamos colocar cartazes dos Vereadores que não nos apóiam. Nós estamos fazendo um abaixo-assinado contra a área azul aqui ao lado da Câmara”. Eu quero que tenha mais área azul, se tiver problema, como ele disse, “encheu a boca” contra a empresa que opera a área azul - não que seja real -, abre uma sindicância, peça uma Comissão Especial, vou participar dela.

Agora é o seguinte: eu vou apresentar aos senhores e às senhoras esse Projeto de Lei, quero discutir, vou discutir; se preciso for, vou fazer abaixo-assinado na Cidade. Quero ver se o povo de Porto Alegre não quer acabar com a farra de flanelinha. Quem é que tem de garantir a Segurança? O Poder Público tem de garantir a nossa segurança.

Ali ao lado da Praça Argentina, meu Presidente, é um escândalo, há flanelinha, só que 4 a 5 carros são arrombados a cada semana; dezenas de pessoas têm suas carteiras batidas quando vão pegar o seu carro. Que história é essa? Que segurança é essa que o flanelinha está dando para nós? Quem tem de dar segurança para nós é a gloriosa Brigada Militar, que tem de ter mais efetivos, mais armas, coletes à prova de bala, salário, coturno, um fardamento decente, não um fardamento em que mal as pessoas conseguem entrar - quem é gordinho, por exemplo. É isso que tem de se fazer. Vamos discutir as coisas como elas são, “a realidade como ela é”, como dizia a glorioso Nelson Rodrigues! A realidade como ela é, na vida, no futebol, Ver. Alceu Brasinha, seja lá onde for. E eu apresento este Projeto, quero discutir, e esta Casa, neste ano, vai votar, tem de votar, tem de dizer se quer ou não quer o Projeto de Lei, quer ou não quer a Lei. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Eu gostaria de dizer que a assinatura no livro deve ser pessoal, porque só aparece o nome “Maristela”; é a Verª Maristela Maffei, está esclarecido.

A Verª Maristela Maffei está coma palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Desiste. O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, assistência, nós temos vários projetos em Pauta, e eu queria me solidarizar com alguns que estão aqui, que são bastante importantes porque eles vêm ao encontro de ajudar, de facilitar, de produzir soluções para problemas pendentes na Cidade há muito tempo. Falo aqui do Projeto do Ver. João Dib; quero cumprimentar V. Exª Creio que nós deveríamos fazer um esforço bastante grande para solucionar muitos dos problemas que nós temos na Cidade, não é Ver. Dib? Assim como temos em outras áreas, como temos problemas na Saúde, os problemas na Saúde nunca vão terminar, pois quanto melhor for o Sistema de Saúde, mais gente vai ter a opção dos serviços públicos de saúde, portanto, mais gente vai utilizar também o Sistema de Saúde, pressionando por vagas, pressionando por consultas, pressionando por remédios. Então, nós temos de entender que os problemas urbanos, e aqui vários projetos apontam soluções nessa direção, são problemas que vão ficando mais complexos, e isso se deve também devido ao aumento, à dinâmica, à vida urbana moderna. Especialmente no Brasil, porque nós tivemos, nos últimos quarenta anos, uma evolução monumental, uma migração numa velocidade sem precedentes de população rural, de população interiorana para as grandes cidades; e Porto Alegre é uma grande cidade afetada pela velocidade da urbanização, principalmente da urbanização desordenada. E nós temos, sim, um conjunto de problemas que alguns dos projetos que estão aqui tentam criar as melhores condições para que nós tenhamos um futuro melhor.

Ontem, entraram em Pauta outros projetos, como o projeto da criação do shopping para ambulantes; nós tivemos aqui a discussão também, que enquanto levantamento de mérito é importante, sobre a questão do futuro da água, em que pese a nossa discordância quanto ao mérito desse projeto, mas nós temos, sim, enquanto Casa Legislativa, um gigantesco desafio para construir regramento, construir legislação, construir normas que possam vir a contribuir para a melhoria da vida urbana. Uma vida urbana complexa, uma vida urbana difícil, uma vida urbana que tende à insustentabilidade, tanto em recursos naturais, bem como em infra-estrutura e fundamentalmente em ações sociais. Por que tende à insustentabilidade? Porque a velocidade de urbanização, o crescimento das cidades e a problemática urbana moderna nos colocam desafios gigantescos. Então, quando se discute, quando se levanta que a Saúde tem problemas, é absolutamente verdadeiro; quando se fala que a infra-estrutura tem precariedades, tem dificuldades, também é real; quando temos problemas com a Educação, eles são absolutamente reais. E nós devemos produzir todo o esforço para que se criem as melhores condições para que, a médio e longo prazo, nós tenhamos os melhores resultados, amenizando o sofrimento, amenizando as dificuldades e criando oportunidades e soluções e, fundamentalmente, sustentabilidade para estas, mas principalmente para as futuras gerações. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhores e senhoras, hoje, 13 novos processos na Pauta para discussão nesta Casa.

Corria o ano de 1830, 175 anos atrás, e o Governador do Rio Grande do Sul dizia: “Chega de leis! As leis que temos são suficientes; basta que sejam cumpridas”. E ele ainda acrescentava, depois – e até me deixa dúvidas –: “Lei deve ser fruto da razão, da experiência e da luz”.

Vejo, numa mesma página, aqui, da relação de Projetos a serem discutidos, que o Ver. Ervino Besson está autorizando o Executivo Municipal a implantar telas de proteção nas bocas-de-lobo da rede de esgoto. Eu gosto muito do Ver. Ervino Besson, mas, pelo amor de Deus, pelo amor de Deus, nós discutimos, em 2002, durante três dias; falaram todos os Vereadores se colocavam ou não proteção nas bocas-de-lobo. E, quando o Prefeito vetou a matéria, nós perdemos mais dois dias discutindo essa importantíssima matéria que autoriza o Prefeito a fazer uma coisa que ele não precisa de autorização. Ele tem, no Departamento de Esgoto Pluvial, os seus técnicos que dirão, até, se serve ou não serve essa alternativa.

Mas, na mesma página em que está relacionado o Projeto do meu querido Ver. Ervino Besson - a quem eu já vou dar um aparte -, tem o Projeto do ex-Vereador Reginaldo Pujol, e sobre esse, sim, a Casa deveria se debruçar, e o Executivo também, para saber se faz esse Programa de Recuperação de Crédito da Fazenda Pública. Esse, sim, merecia um estudo e um debate de todos os nossos 36 Vereadores. E eu já pedi para o Executivo, já mandei uma cópia para lá, para que ele se manifestasse, para que ele dissesse: ”Vamos fazer” ou “Não vamos fazer”.

 

O Sr. Ervino Besson: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Meu querido amigo, sempre respeitado, Ver. João Antonio Dib, eu tenho o maior respeito por V. Exª, e não só este Vereador, mas a unanimidade dos Vereadores e Vereadoras desta Casa, porque V. Exª sempre progrediu, acompanhou a evolução do mundo, do nosso País; só que, nesta parte, Vereador, V. Exª estagnou. Por que digo isso? No seu período como Prefeito, enfim, um belo Prefeito, como engenheiro, não existia o plástico, essas garrafas PET que entulham os nossos esgotos. Outros países já estão adotando esse sistema. O Ver. Todeschini, excelente Diretor do DMAE, inclusive tem fotos de uma viagem que ele fez para o Exterior, e que ele deve trazer, porque ele prometeu, de um país onde está sendo adotado esse sistema de grades nas bocas-de-lobo. Sou grato a V. Exª.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Eu é que agradeço pelo aparte de V. Exª, mas não posso deixar de lembrar que nós discutimos e votamos em três Sessões. Depois, vetado, perdemos dois dias de Sessão para terminar aceitando o Veto. E, agora, nós estamos com o Projeto, aqui, outra vez. Eu não posso entender!

Mas, eu olho, aqui, o meu amigo Ver. Sebastião Melo que dispõe sobre a obrigatoriedade do Município de Porto Alegre em indenizar as vítimas de acidentes resultantes de alagamentos nas vias públicas quando preenchidos os requisitos exigidos nesta Lei. Eu acho que o Governador do Rio Grande, em 1830, tinha razão; isso aqui está no Código Civil. Então, não precisa fazer uma nova lei, vamos aplicar o Código Civil.

A Verª Margarete Moraes veda a fixação de propaganda em postes, etc. e tal. O Ver. Haroldo de Souza já fez um Projeto de Lei que já deve estar tramitando ou arquivado, eu não sei, que impede especialmente a propaganda política. Mas parece que os dois Vereadores vão se entender e nós vamos ter uma solução.

O Ver. Sebastião Melo também quer que o Executivo Municipal se responsabilize por danos e furtos de veículos automotores e acessórios estacionados em áreas que realizar cobrança. Eu já apresentei uma Emenda num Projeto visando a que aquele que paga, receba, leve consigo uma segunda via, porque se levarem o carro, roubarem o carro com o ticket, ele não pode provar que foi roubado, porque ele não tem um comprovante. Então, eu quero que aprovem aquele lá, para ver, então, se talvez valha a experiência que pretende o Ver. Sebastião Melo. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Elias Vidal está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ELIAS VIDAL: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, como Líder da Bancada do PTB, nós não poderíamos deixar de fazer o nosso registro, a nossa observação a respeito das colocações feitas pela oposição hoje, aqui nesta tribuna, em relação à Saúde. Falou-se de uma forma muito injusta, e, de certa forma, irresponsável, sobre a Saúde em Porto Alegre, cobrando deste Governo, da atual Secretaria da Saúde, em observações que acredito sem conteúdo racional, não no sentido de querer ajudar, mas sim de falar por falar. Por que chego a essa conclusão? Até parece que o PT administrou essa Cidade há dez anos; até parece que não faz dois meses que saíram do poder. Isso é uma coisa que aborrece a gente, porque até bem pouco tempo - será que a sociedade de Porto Alegre esqueceu? -, disseram que nós tínhamos tudo quase em dia, em termos de consultas reprimidas, e que não eram tantas. Foi dito que seriam 60 mil consultas reprimidas, o que não é verdade. É pior. São 70 mil consultas reprimidas!

Ontem, eu estive com o Secretário da Saúde, Pedro Gus; e na última terça-feira recebemos, aqui na Câmara, uma equipe da Secretaria e o Secretário adjunto, Eri Medeiros. São 70 mil consultas reprimidas! Já esquecemos quantas vezes a família do paciente, ao invés de ter a satisfação de ver o seu parente tratado, vê o paciente em situação já de óbito? E quando essa pessoa não se encontra em estado de óbito, a doença já evoluiu, a patologia já é muito mais complicada. Muitas vezes é uma infecção, que se fosse detectada pelo antibiograma, e tivesse um atendimento médico adequado com antecedência, não teria avançado, não teria atingido órgãos desse paciente. Esse paciente pode não entrar numa situação de óbito num momento próximo, mas pode levar uma vida difícil, com o comprometimento de seus órgãos. Já esquecemos que, muitas vezes, as pessoas levavam um ano, dois anos para conseguirem consultas? Já esquecemos as reportagens da imprensa de Porto Alegre sobre o pavor da sociedade em relação à Saúde? Agora em sessenta e poucos dias queremos responsabilizar um Secretário, um Governo, por todo esse desmonte, esse desastre que foi feito durante 16 anos em Porto Alegre? Isso é uma observação um pouco irresponsável das pessoas que vieram a esta tribuna. Isso não é justo! Setenta mil consultas reprimidas! Setenta mil seres humanos, 70 mil cidadãos! Então, não venham com essa conversa, querendo culpar um Governo, um Secretário que acabou de assumir sua Secretaria como se tivesse culpa de toda essa herança de 70 mil consultas reprimidas.

Então, este Vereador, Líder da Bancada do PTB, deixa aqui o registro de que nós discordamos desta posição. Primeiro, temos de dar tempo, como a oposição nesta Casa sempre deu ao Governo Federal e até mesmo a esta Cidade, para que se julgue com base em fatos, com substância, e não de uma forma irresponsável apenas para fazer discurso político. E a oposição sempre pensando assim: “Tomara que se arrebente a Saúde, mesmo para que seja escondido o nosso fracasso”. Essa é a realidade, não estão torcendo pela Saúde, não estão torcendo pelo cidadão; estão torcendo pela derrota, para que se estatele a Saúde, porque quanto pior, melhor para eles, porque assim poderão voltar e, quem sabe, ficar, não por 16 anos, mas por 50 anos nesta Cidade. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Margarete Moraes está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) O Ver. Raul Carrion está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, quero trazer à discussão alguns projetos que entraram na Pauta no dia de hoje, de minha autoria, e outros que entraram na Pauta de ontem, aos quais não me foi possível abordar. O primeiro deles, um projeto que eu diria, por um lado, ser bastante simples, mas creio, de importância, que torna obrigatória a fixação do alvará de funcionamento e do plano de prevenção e proteção contra incêndios nas portas dos estabelecimentos de diversões públicas. Quero dizer que este projeto nasceu, Verª Neuza Canabarro, naquele momento de comoção em que na Argentina uma discoteca prendeu fogo, e centenas de jovens morreram por total descaso com a segurança no estabelecimento. Eu estava num debate com outros Vereadores – não recordo no momento -, com o jornalista Armando Burd, na Rádio Guaíba, no Auditório Cristal, que levantou a preocupação de que nós deveríamos fazer alguma coisa, e até a idéia, pelo menos, de que as pessoas ao ingressarem num local, devam saber se ele tem alvará para funcionar, porque hoje em dia não se sabe. Aí, ocorreu-me essa idéia, eu rapidamente fiz o Projeto, que já foi solicitado para outras cidades, como Caxias do Sul. Ver. Dib, esta é uma das leis que naquele tempo das “eras passadas”, de que V. Exª fala que todas as leis já estavam feitas, não tinha previsão.

Então, espero ter o seu apoio, pelo menos esta lei não existe, não existiu e é necessária, porque aí o cidadão ao chegar num local que não tem a comprovação do alvará, nem o laudo dos bombeiros, já sabe que está entrando numa arapuca. Então, este é o primeiro.

O segundo projeto para o qual espero que a área da Saúde desta Casa dê todo apoio, é sobre a criação da Semana da Prevenção do Câncer de Próstata. Todos sabem, há uma grande incidência de câncer de próstata na população masculina, principalmente depois dos 40 anos. E aqueles que podem, têm conhecimento, fazem, evidentemente, a prevenção. Mas nós sabemos o quanto, muitas vezes nas camadas menos esclarecidas da população, isso é desconhecido e não há o atendimento. Então, a proposta da Semana - não posso entrar no detalhe - não é só a divulgação, mas é também a disponibilização de serviços, gratuitamente, para a população masculina de mais de 40 anos, Ver. Brasinha. Acho que a prevenção pode evitar inúmeras mortes. Só para dar o exemplo, em 2003, ocorreram 32.240 mil novos casos, e 8.230 mortes - dados oficiais.

Outro projeto que trazemos à consideração desta Casa e dos nobres colegas é referente à Semana da Consciência Negra, Ver. Haroldo de Souza. Nós temos a Semana da Consciência Negra na Câmara Municipal há muitos anos, porém, quando chega a Semana, os espaços culturais estão ocupados por mil exposições de artes plásticas, atividades musicais, atividades culturais, e a etnia negra não tem um espaço para que a arte negra se apresente, para que o teatro negro se apresente, para que se apresente um filme sobre a problemática do negro ou se apresente uma palestra. Então, nós consideramos que nesta Semana deva ser determinada uma reserva desses espaços para que a arte, a cultura da etnia negra possa se apresentar, possa estar à disposição da população, criando condições da sua divulgação, e assim por diante.

São três Projetos para os quais nós pedimos o apoio dos colegas, pode haver alguma contribuição à Emenda a fim de melhorá-lo, porque nós cremos que são três Projetos simples, modestos, mas importantes para a cidade de Porto Alegre. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente, Elói Guimarães, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, muito se falou hoje das dificuldades dos Governos, e eu, lendo alguns jornais que falam sobre o Governo de Brasília, fiquei impressionado com algumas notas aqui e gostaria que a população tomasse conhecimento, Ver. Vendruscolo: sabe que, em Belo Horizonte, o Governo do PT, do Prefeito Pimentel, está aumentando o seu salário em 59% - 59% do seu salário e do salário dos secretários? O Prefeito de Belo Horizonte vai ganhar R$ 15.900,00. Lá pode.

O Governo Lula, dizem os jornais, está criando mais 4.868 cargos de confiança. Eu estou dizendo: 4.868 cargos de confiança. Só no Palácio do Planalto, meu caro Ver. Ervino Besson, estão criando 834 cargos de confiança. Veja, meu amigo Besson, é mais do que a população lá da nossa querida Vila Maria: 4.868 cargos. E tem mais, coisas estranhas, assim, por exemplo: o Governo está anunciando, hoje, uma forte redução nos gastos orçamentários, e aí, o Ministério das Cidades, do meu amigo e conterrâneo Olívio Dutra, que tinha uma verba, Ver. Brasinha, de 2 bilhões e 700 milhões de reais, foi reduzida em 2 bilhões, ficando somente 700 milhões de reais. E aí, a decorrência disso será a falta de dinheiro para financiar o término das obras do metrô de Recife, de Belo Horizonte, de Salvador e de Fortaleza. As obras daqueles metrôs lá vão ficar paralisadas. Mas a tristeza, meu caro Ver. Carlos Todeschini, é que não está lá o metrô de Porto Alegre. E por que é que não está lá o metrô de Porto Alegre? Porque, quando o então Ministro dos Transportes, Eliseu Padilha, quis fazer um estudo  prévio de viabilidade de expansão do metrô do Centro de Porto Alegre até a FIERGS, o Prefeito da época, Raul Pont, disse que era demagogia, que isso nunca ia sair. Pois bem, com essa demagogia, meu caro Ver. Ibsen Pinheiro, está construindo os metrôs de todas essas capitais lá, e Porto Alegre, por uma decisão errada do Sr. Prefeito Raul Pont, não consta da lista das obras. E o mais estranho é que, agora, vejam, senhoras e senhores, as obras dos metrôs das capitais do Brasil estão sendo paralisadas, mas o BNDES está financiando o metrô de Caracas, na Venezuela - está aqui -, dinheiro para os metrôs do Brasil não tem, mas há dinheiro para o da Venezuela. É impressionante, não é Ver. Vendruscolo?!

E ainda diz mais, diz que o Brasil vai emprestar 80 milhões de dólares para as estradas paraguaias - repito, para as estradas paraguaias -, que o Lula doou um helicóptero de alta velocidade para o Governo Uruguaio, que os custos dos aviões da Presidência da República - incluindo o Air Force 51 -, custarão 750 mil reais por ano aos contribuintes. O contrato foi assinado pela Casa Civil com a Empresa Comissária Aérea Brasília Ltda.

Portanto, senhoras e senhores, não há dinheiro para a Saúde, falta dinheiro para a Educação, Verª Sofia Cavedon, falta dinheiro para contratar carteiros - faltam 32 carteiros em Porto Alegre -, fazendo com que 30 mil pessoas, na Capital, não recebam correspondência, porque não existem carteiros, e não há dinheiro para ressarcir o Estado do Rio Grande do Sul nos benefícios da exportação. Não dá para conviver com tamanha incoerência!

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N.º 3320/03 – VETO TOTAL ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 172/03, de autoria do Ver. Professor Garcia, que cria o Conselho Municipal da Juventude e dá outras providências.

 

Parecer:

- da CCJ. Relator Ver. Nereu D’Avila: pela manutenção do Veto Total.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 77, § 4º, da LOM;

- votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA;

- incluído na Ordem do Dia em 03-03-05.

 

Na apreciação do Veto, vota-se o Projeto:

SIM – aprova o Projeto, rejeita o Veto;

NÃO – rejeita o Projeto, aceita o Veto.

- Trigésimo dia: 16-03-05 (quarta-feira).

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Professor Garcia está com a palavra para discutir o PLL nº 172/03, com Veto Total de sua autoria.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu vou pedir a atenção de V. Exas. em relação ao Veto à criação do Conselho Municipal da Juventude.

O Prefeito vetou alegando vício de iniciativa no Projeto. A nossa Assessoria colocou nas mesas de cada Vereador um histórico de Conselhos criados por meio de proposições de Vereadores. Em 1988, foi criado o COMDIM, por intermédio da Vereadora, e hoje Deputada, Jussara Cony; foi sancionado pelo Prefeito Collares. Em 1991, o Ver. Cyro Martini propôs o Conselho de Trânsito; expirou o prazo e foi promulgado pela Câmara Municipal de Porto Alegre. Em 1991, o Vereador, na época, Leão de Medeiros, e hoje Diretor-Geral desta Casa, criou o COMEN; foi criada uma Comissão Especial, expirou o prazo e foi promulgado pela Câmara. Em 1996, foi criado o Conselho Municipal do Meio Ambiente pelo Ver. Giovani Gregol, sancionado pelo Prefeito Tarso, em 1996. Em 1995, a nossa Líder do Governo Fogaça, Verª Clênia Maranhão, criou o Conselho da Defesa do Consumidor, vetado pelo Prefeito Tarso, rejeitado o Veto e expirado o prazo em 1995. Em 1996, o Ver. Darci Campani criou outro Conselho, o CMAA, sancionado pelo Prefeito Tarso. Em 1997, o Vereador, e hoje Vice-Governador do Estado, Antonio Hohlfeldt, criou o Conselho Municipal da Cultura, sancionado pelo Prefeito Pont em 1997. No ano 2000, foi criado o COMUI, pelo Cyro Martini, sancionado pelo Prefeito Pont. Em 2000, o Ver. Hélio Corbellini criou o Conselho de Segurança Comunitária; expirou o prazo e foi promulgado pela Câmara Municipal em 2000. Em 2002, o Ver. João Carlos Nedel criou o Conselho Municipal da Família; vetado pelo Prefeito Tarso, o Veto foi rejeitado, e foi promulgado pela Câmara em 2002. Em 2003, o Ver. Ervino Besson criou o Conselho de Justiça e Segurança; Veto Parcial do Prefeito, mantido o Veto Parcial, foi sancionado em 2003. Em 2004, foi criado o COMUDE pelo Ver. Claudio Sebenelo; Veto Total do Prefeito Verle, Veto rejeitado e foi promulgado pela Câmara Municipal de Porto Alegre em 2004.

Doze Conselhos foram criados pelos Vereadores. Então, esta Casa tem autonomia para isso, sim. Inclusive muitos dos Vereadores que estão aqui presentes criaram os seus Conselhos. Eu acho que este Conselho tem todas as condições plenas de ser adequado. Tem de se fazer um reajuste, sim, quanto à questão da criação, ligado à Secretaria dos Direitos Humanos, mas é a criação do Conselho -, e é por isso que eu vou pedir aos senhores e às senhoras que lancem um especial olhar sobre a derrubada do Veto para que nós possamos criar, de fato, este Conselho, que, de direito, não tem nenhum crime e, realmente, é uma necessidade da cidade de Porto Alegre. Ele foi discutido durante dois anos aqui na Casa; por coincidência foi votado no final ano passado, e neste ano foi criada a Secretaria. É mais justificado que determinados Conselhos que não têm nem suas Secretarias. É importante lembrar também que os Conselhos não são órgãos deliberativos, pois alguns disseram que “Este Conselho pode atrapalhar a vida do Secretário”. Todos os Conselhos são consultivos e eles são Conselhos para ajudar na construção e na elaboração de políticas públicas. Então, vou parar minha fala por aqui e volto para fazermos outro tipo de encaminhamento. Muito obrigado pela atenção das senhoras e dos senhores.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir o PLL nº 172/03, com Veto Total.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, sou bastante cauteloso nas questões institucionais, constitucionais, de Regimento Interno e de Lei Orgânica, porque acho que a gente não pode ficar legislando sobre questões que não são regiamente de nossa competência. No entanto, sou daqueles que se rebelam contra certas leituras que se fazem dos textos que dão sustentação, seja à Lei Orgânica do Município, à Constituição do Estado ou à Constituição Federal. A questão de vício de iniciativa é muito relativa. Pode haver vício de iniciativa numa determinada questão, e mesmo assim eu quero discutir em alguns casos, porque sempre há aquela conversa de que em matéria tributária o legislador não pode ser o Vereador, o Deputado, o Senador, mas, sim, o Executivo. Nós vimos que não é bem assim, se formos discutir bem e analisar a questão... Tanto que eu fui autor de uma lei tributária nesta Casa, e foi dito aqui que seria feito recurso, que iam entrar na Justiça, AdIn, etc., ninguém entrou na Justiça, nenhum Vereador, nem o que disse que iria fazer isso, muito menos o setor, e hoje é um setor que paga regiamente seus tributos, pelas últimas análises que eu fiz na Secretaria da Fazenda do Município, e que deu um bom dinheiro para a Prefeitura de Porto Alegre.

Por falar nisso, quero dizer que o Ver. Nedel e eu estamos discutindo algumas questões tributárias e temos tido boa aceitação e abertura com o Secretário.

Não sou favorável a uma proliferação descabida de Conselhos, no entanto, numa população brasileira de jovens, num Município que acaba de criar a Secretaria da Juventude, com o nosso voto, com a nossa participação aqui, não querer que tenhamos um Conselho Municipal da Juventude, é um negócio completamente descabido. Ou não se faz uma Secretaria, porque essa deve ter um Conselho. Não é o Conselho que vai decidir, pois, como o próprio nome diz, são apenas conselhos, tendo um papel de levantar questões atinentes à juventude e, no caso, levar ao Secretário da municipalidade, mas também leva para a Secretaria de Educação, para a Secretaria de Esportes, para a SMIC, que quer geração de emprego, trabalho e renda. Ou não?

Então nós precisamos ter um Conselho, ou afinal de contas a Prefeitura, o Governo não quer ser encharcado com a vontade, a determinação dessa imensa massa de jovens que existe na nossa Cidade? Qual é o temor? Medo de quê? Porque se fala tanto em espaço, fala-se, inclusive, que vão superar - eu não teria nada contra, pelo contrário, acharia ótimo - os limites do Orçamento Participativo; mas o Conselho da Juventude é um espaço a mais.

Portanto, nós vamos cobrar aqui coerência, vamos cobrar discurso e prática. Nós achamos que, na medida em que aprovamos recentemente a Secretaria Municipal da Juventude, o natural seria colar, à criação dessa Secretaria, imediatamente o Conselho Municipal da Juventude.

Nós estamos vivenciando um grave problema, hoje, na periferia da nossa Cidade com a falta de escolas de 2º Grau. Um Conselho poderá ajudar a levantar essas questões, Ver. Professor Garcia, e verificar, estudar, de forma minuciosa, onde vai ser feito prioritariamente o atendimento dessa juventude que quer estudar. E depois não adianta vir com esse papo de que não tem trabalho porque não tem estudo. Não, tem que ter estudo e tem que atender as pessoas, tem que atender a juventude, tem que estar aberto para isso. Nesse sentido, eu venho para apoiar a proposição do Ver. Garcia, e vou votar pela derrubada do Veto. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra para discutir o PLL nº 172/03, com Veto Total.

 

O SR. NEREU D’AVILA: Sr. Presidente, Elói Guimarães, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, as razões elencadas pelo Sr. Prefeito Municipal para vetar totalmente o Projeto de Lei do Ver. Professor Garcia se assenta em questões jurídicas e, também, em questões práticas. Por exemplo, é necessário que se diga que a criação de Conselhos Municipais deve ser feita por Lei Complementar, e não por Lei Ordinária como é este caso aqui. Então, esse é um vício insanável.

Outra questão levantada pelo Prefeito, é que há imposição, evidentemente, de ônus financeiro ao Município, sem previsão orçamentária e sem a indicação da origem dos recursos em uma frontal oposição aos ditames e objetivos da Lei de Responsabilidade Fiscal. E, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, embora eu até achasse que se não tivéssemos criado a Secretaria da Juventude, poder-se-ia, sanada a questão da Lei Complementar, admitir este Conselho.

Portanto, equiparar os outros Conselhos com este não é o mesmo caso. Por quê? Porque nós criamos uma Secretaria da Juventude, e é evidente que agora dever-se-ia consultar o atual Secretário da Juventude, Mauro Zacher, para ver das suas intenções, do direcionamento da sua política em relação à juventude e, evidentemente, da consecução de objetivos comuns, não só do Legislativo, que o Ver. Garcia coloca no seu Projeto, mas também dos objetivos que o Secretário da Juventude de Porto Alegre, já empossado, poderia vir a ter.

Eu creio que não se trata de dizer que o Ver. Garcia não tenha tido uma boa iniciativa. Se, porventura, não tivesse o Sr. Fogaça ganho a eleição e, por conseguinte, criado a Secretaria da Juventude, repito, sanada a questão de ser Projeto de Lei Complementar e apontadas situações que não atingissem a Lei de Responsabilidade Fiscal, estariam corrigidos os fatos. Mas, além das questões meramente jurídicas que são pertinentes, na Comissão de Justiça, eu, como Relator, dei o Parecer pela manutenção do Veto, o que foi aceito por seis dos nobres Pares da Comissão de Justiça. A Verª Maristela Maffei, Líder do PT e que é da Comissão de Justiça, votou com restrições, mas os outros seis, dos sete componentes, votaram pelo Parecer, que diz isso que eu estou repetindo.

Então, nós achamos que, repito, se não tivesse sido criada, recentemente, a Secretaria da Juventude, cuja política ainda não foi apresentada pelo Secretário Mauro Zacher, este Projeto teria, sim, uma outra validade.

Neste momento, eu acho oportuno que o Ver. Professor Garcia, um homem dedicado às questões do esporte, do lazer, que, evidentemente, abrangem também objetivos da juventude, em consonância com a política que poderá ser adotada pelo Executivo por intermédio do Secretário Mauro Zacher da Secretária da Juventude, possa construir, então, um novo Projeto. Eu creio que o Secretário Mauro Zacher não será contrário à criação do Conselho, mas, neste momento, eu creio que é um Vereador de Porto Alegre, embora seja direito seu, atravessar com uma política que ainda não foi sequer formulada pelo atual Secretário, visto que a Secretaria foi recentemente instalada e efetivamente ainda não deu a sua opinião sobre política, sobre a criação ou não do Conselho.

Portanto, eu quero dizer ao Ver. Garcia que a sua iniciativa é absolutamente válida no seu mérito, mas que a oportunidade, agora, é absolutamente não-condizente com a realidade fática existente com a recém-criada Secretaria da Juventude.

Por isso, nós, baseados em fatos jurídicos, e respaldados pela Comissão de Justiça, acrescentamos que, também, além de fatos de natureza jurídica, há fatos de situação factual, como pontuei em relação à novel Secretaria da Juventude, por isso somos favoráveis à manutenção do Veto Total deste Projeto.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir o PLL nº 172/03, com Veto Total.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Ver. Aldacir Oliboni, na presidência dos trabalhos, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, este Veto, penso, diz respeito a uma decisão, a uma votação desta Casa. Poderiam me dizer os nobres Pares que foi uma votação realizada em final de ano, sem muito debate, mas certamente ninguém aqui assumiria que teria votado sem saber, sem consciência, sem compromisso com as conseqüências do seu voto. Portanto, Ver. Nereu, nós temos uma Lei que esta Casa votou, uma Lei que institui uma instância de participação, antes mesmo de se consolidar qualquer formato de Secretaria da Juventude, ou se antecipar para incidir sobre ela. Um Conselho independe da Secretaria. Se não tivesse a Secretaria da Juventude seria fundamental que constituíssemos esse Conselho.

Na coerência da criação do Conselho nós insistimos, quando da criação da Secretaria da Juventude, em instâncias de participação da juventude da Cidade, na formulação das políticas públicas, insistimos na Conferência da Juventude, insistimos que houvesse comissões que funcionassem articulando diferentes Secretarias, e é fundamental, sim, que essa Secretaria disponha desse instrumento. Talvez demande maior discussão; a composição desse Conselho, esse fórum da juventude, não está bem claro como é que vai se constituir, quem é que vai chamá-lo; ele demanda regulamentação. Certamente essa Lei, na caminhada que a nossa nova Secretaria fará, vai sofrer modificações, pela construção dos próprios jovens, pela experimentação do funcionamento do Conselho, dos seus limites, e poderá ser emendada.

Então, me parece ruim nós zerarmos o processo que aconteceu até aqui e esperarmos a Secretaria gerar esse movimento. Veja que foi uma votação por unanimidade, me lembra o Ver. Garcia, quer dizer, nós partimos de alguma coisa, e é salutar para a Secretaria instituir o Conselho, ajudar a instituir. Que seja um Conselho com autonomia, que a Secretaria comece a formular as suas políticas públicas dialogando com esse Conselho, como é a relação de todas as outras secretarias com os conselhos das suas áreas. Isso será um forte, um importante instrumento para a Secretaria não começar do nada praticamente, enquanto instância. Nós temos uma opinião de que os conselhos vêm-se modificando e ganhando autonomia nessa relação articulada com a rede de funcionamento de políticas públicas. Assim foi o Conselho da Educação, que ficou uns dois anos quase sem atividade; assim os demais conselhos, que foram ganhando legitimidade nessa relação. Nós tivemos aqui, enquanto com vício de origem, e o Ver. Garcia já trouxe, mas nós tivemos outros conselhos, se não me engano, o ex-Vereador Zé Valdir com os conselhos escolares, Conselho Municipal de Educação, de autoria de Vereadores, construindo um diálogo com as Secretarias e principalmente com os atores envolvidos com a Educação.

O que eu não quero crer, Verª Clênia Maranhão, é que, bem diferente dos discursos que V. Exª tem feito aqui na Câmara, em que afirma que esta gestão do Governo Fogaça vem respeitar a história de Porto Alegre, vem respeitar os processos, enxerga esta Cidade como resultado de um processo cumulativo de participação popular, de muitas mãos, esse discurso V. Exª tem repetido muitas vezes aqui, e não é o que está parecendo em relação às falas deste Governo e aos atos deste Governo. O que nós começamos a ensejar é sobre um Governo que quer revisar leis e projetos importantes que são frutos da cidadania. Esse é um exemplo do Conselho, é uma ação de um Vereador com as suas relações, mas há outros exemplos fundamentais como os quatro Projetos de Lei aqui retirados, que entraram na Casa no ano passado, foram arquivados e foram desarquivados para tramitar, porque eram Projetos carreados de legitimidade social do processo de construção histórica e coletiva, e o novo Governo retira-os da Câmara de Vereadores, portanto retira desta Casa e da sociedade a possibilidade de continuar debatendo e acompanhando, e cito quais são os Projetos: Projeto das Áreas de Interesse Cultural, que não é um Projeto do Governo Verle, ao contrário, é um Projeto da sociedade gaúcha, sociedade de Porto Alegre, de associações de bairro, tentando proteger a sua Cidade, e o Governo Fogaça retirou desta Casa; o Projeto que traz o Plano Municipal de Educação, resultado do debate de um ano nesta Cidade, de mais de 40 instituições, e o Governo Fogaça o retirou de tramitação; o Projeto do Conselho de Comunicação que também é um Projeto sonhado, gestado no Fórum da Comunicação, o Governo Fogaça o retirou de tramitação, desrespeitando o processo de construção dessas leis, um processo legitimamente gestado na sociedade. Eu não quero acreditar que este Governo vai caracterizar-se, diferente do que a Verª Clênia aqui afirma, como um Governo que quer apagar a história, que quer, aliás, construir outra versão da história, e aí trago a versão das finanças públicas desta Cidade.

Muito nós ouvimos, nesta Casa, que a Prefeitura tinha dinheiro, e sobrando, o Ver. Dib, muitas vezes, nesta tribuna, disse que Porto Alegre fazia caixa, que Porto Alegre tinha superávit; a saúde financeira desta Cidade é reconhecida inclusive pelos órgãos internacionais que fazem empréstimo, pela sua capacidade de contrair empréstimo. A versão que o Governo Fogaça tenta passar para a sociedade é de uma Prefeitura quebrada, endividada e que fica paralisada por causa disso. Então, Senhores, nós não vamos aceitar isso, um Governo revisionista que nega a construção social, os projetos legitimamente construídos por esta Cidade, que pare com essa construção, que zere, que retroaja, e muito menos versões que reescrevam a história, e não sejam, de fato, uma versão parecida com a real. Por isso, somos contra, eu sou contra esse Veto, acho que esse Conselho tem de entrar em funcionamento, e que a vida o modifique, que a nossa experiência de funcionamento modifique, que a relação dessa Secretaria, que eu desejo que frutifique, o modifique, e não que o vetemos no seu nascedouro.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Maurício Dziedricki está com a palavra para discutir o PLL nº 172/03, com Veto Total.

 

O SR. MAURÍCIO DZIEDRICKI: Sr. Presidente, Vereador e companheiro Ver. Elói Guimarães; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras; público que nos assiste pela TVCâmara; servidores desta Casa; povo de Porto Alegre, venho à discussão aqui, hoje, fruto da participação e do bom entendimento do Ver. Professor Garcia, com a responsabilidade e a unicidade do discurso para os jovens, sobre uma proposta de criação de um Conselho da Juventude que foi tratado nesta Casa no momento da criação da Secretaria Municipal da Juventude e que hoje vem a Plenário com o Veto Total do Prefeito José Fogaça.

E sob a ótica do Parecer, é constatado vício de inconstitucionalidade e inorganicidade. Quero registrar com os meus Pares da Bancada do PTB, o voto pela manutenção do Veto, por entender que a ótica dessa discussão não está na criação ou não de um Conselho, porque essa, sim, é proposta do Prefeito Fogaça.

Nós estabelecemos, dentro da Secretaria Municipal da Juventude, um canal de discussão com os nossos jovens, mas que esteja limitado à isonomia dos Poderes, limitado à reserva legal, em que os Vereadores aqui desta Casa, que representam a pluralidade da Cidade, que representam a pluralidade dos sentimentos e, neste momento, dos sentimentos juvenis, possam tratar deste tema na referida Comissão Especial da Juventude.

 

O Sr. Professor Garcia: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Quando V. Exª fala em isonomia, não consigo entender o que é isonomia. Primeiro, esse Conselho, se V. Exª tem a oportunidade de ler, é bem plural; não são os Vereadores que o indicam. Esses Conselheiros fazem parte da sociedade civil organizada, que eu nem sei como serão escolhidos, mas está aí colocado o pressuposto. V. Exª participou, inclusive, naquele dia da fala com o Vereador e hoje Secretário Mauro Zacher. A preocupação dele foi... O Conselho, como tantos outros Conselhos – e hoje eu elenquei onze –, a sua forma de construção vai ser deliberada pelo próprio Poder Público. O Conselho, como diz o próprio nome, é consultivo. Como também a conseqüência da criação de uma Comissão Especial não é excludente, em momento nenhum, porque, cada vez mais, nós precisamos que todos os segmentos - no caso aqui, a juventude - se manifestem, coloquem as suas posições. Só que, na realidade, esse Projeto está tramitando há dois anos, foi votado antes da criação do próprio Conselho. Então, por isso houve a coincidência. Eu volto a dizer que há, hoje, conselhos que foram criados e para os quais não existem secretarias.

 

O SR. MAURÍCIO DZIEDRICKI: Perfeito, e justamente nesse ponto que eu vou entrar em discussão, porque existe aqui a proposta da Verª Manuela, da Comissão Especial da Juventude, em que nós trataremos, pela amplitude da representação da sociedade aqui nesta Casa, de que forma que a sociedade gostaria e vai fazer parte da Comissão junto à Secretaria Municipal da Juventude. Porque não é sob a ótica que vem sendo trazida aqui a esta tribuna, de que a Prefeitura não aceita o Conselho, ela aceita sim. Tanto existe essa determinação que o Secretário-Substituto da Secretaria Municipal da Juventude traz ao Plenário, como registro oficial, a iniciativa do Secretário na Conferência Municipal da Juventude, em que nós ouviremos – e o Conselho dá voz para sociedade, o Conselho dá voz para a representação de todos os segmentos, representando, neste momento, o ato do Executivo. E aqui nesta Casa...

 

O Sr. Professor Garcia: V. Excelência, então, entende que é excludente.

 

O SR. MAURÍCIO DZIEDRICKI: Com os pareceres da CEDECONDH, os quais vêm sendo conduzidos com habilidade pelo Ver. Ervino Besson, nós trataremos a discussão, a Comissão Especial da Juventude para reforçar o compromisso deste Parlamento com a juventude porto-alegrense, reforçar os trabalhos da Secretaria Municipal da Juventude com a Conferência Municipal que será realizada.

 

O Sr. Professor Garcia: V. Exª entende que esse Conselho é um Conselho ideológico e o próximo Conselho não será?

 

O SR. MAURÍCIO DZIEDRICKI: O Conselho é um órgão consultivo, que deve ser trazido a esta Casa para uma demonstração ampla da sociedade que nos elegeu. Eu quero reforçar, Ver. Garcia, que o mérito desse Projeto é essencial, porque passamos, mais do que nunca, a trazer uma discussão com propriedade dos critérios de juventude, da participação da juventude no cenário porto-alegrense. E só para registro...

 

O Sr. Professor Garcia: Só para reforçar, se V. Exª permitir...

 

O SR. MAURÍCIO DZIEDRICKI: Por favor, Ver. Garcia.

 

O Sr. Professor Garcia: Ele foi aprovado pelos 33 Vereadores da outra Legislatura, da qual cinco do Partido de V. Exª Eu acho que talvez esteja desconstituída essa legitimidade.

 

O SR. MAURÍCIO DZIEDRICKI: Ver. Garcia, nós tivemos a iniciativa de construir uma Secretaria Municipal da Juventude, coisa que, há 16 anos, não foi ousadia da Prefeitura nem do Poder que estava então à frente da Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Acredito que, com essa iniciativa, a juventude está representada, vai ser ouvida, e, mais do que nunca, vai ser dada oportunidade para que participe de maneira plena e exemplar das construções, tanto nesta Casa, na Comissão Especial da Juventude, quanto no Conselho para gerir a Secretaria Municipal da Juventude.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra para discutir o Veto Total ao PLL nº 172/03.

 

O SR. MÁRCIO BINS ELY: Sr. Presidente, Elói Guimarães, na pessoa de V. Exª quero saudar os colegas Vereadores e Vereadoras, público que nos assiste pelo Canal 16, na TVCâmara, demais porto-alegrenses aqui presentes em nossas galerias, imprensa, servidores, senhoras e senhores. Quero, inicialmente, Professor Garcia, dizer que conversei com o Ver. Mauro Zacher, hoje titular na Secretaria da Juventude de Porto Alegre, e ele me relatou que há interesse da Secretaria em estar constituindo um Conselho, mas venho a esta tribuna neste momento para, única e exclusivamente, fazer considerações técnicas a respeito do Veto que está sendo ora discutido e que será votado.

Então, faço algumas considerações, endossando as palavras dos oradores que me antecederam, especialmente as do Ver. Maurício que, como eu, é um jovem e também tem alguns entendimentos a respeito da manutenção desse Veto, e também as do Ver. Nereu, Relator do Parecer da Comissão de Constituição e Justiça que, acompanhado dos seis Vereadores, ora nominados pelo Vereador, entendeu pela manutenção desse Veto.

Então, atendo-me, Professor Garcia, exclusivamente a estas questões técnicas, eu gostaria de dizer que foi constatado, pelo que pude perceber quando li os autos desse Processo, vício de origem, inconstitucionalidade e inorganicidade do Projeto. Vício de origem porque não foi convalidado pelo Poder Executivo. Além disso, se constatou que a criação desse Conselho Municipal se deu por meio de lei ordinária, ao passo que, pelo entendimento que pude ter na leitura dos autos do Processo, deveria ter sido feito por lei complementar. Além disso, o vício foi sanado por uma Emenda do Ver. Raul Carrion, que, inicialmente, estabelecia a composição desse Conselho em número par. Na realidade, foi emendado pelo Ver. Raul Carrion; esse vício foi corrigido, mas ele não altera a situação jurídica do Projeto, no meu entendimento.

Além disso, não foi apreciado, apesar de aprovado em 13 de dezembro de 2004, por nenhuma Comissão Permanente desta Câmara. Considerando que tramitou 18 meses na Casa; acredito que isso também se constitui num vício do Projeto ora apresentado por V. Exª, e discutido neste momento.

A Procuradoria da Casa identificou óbices à aprovação do Projeto em seu Parecer – isso também quero reforçar e ressaltar, porque podemos perceber que os Pareceres da Procuradoria da Câmara geralmente se atêm muito à questão da legalidade dos Projetos que tramitam na Casa.

E a imposição de ônus financeiro ao Município, que, pelo que entendi, está sendo ocasionado com a criação desse Conselho, nos moldes propostos no Projeto, o que irá ferir, inevitavelmente, a Lei de Responsabilidade Fiscal.

Tenho certeza de que estamos assumindo essa responsabilidade do Município, e falo em nome da Bancada do PDT, e também por conhecer o trabalho do Ver. Mauro Zacher na área da juventude; estaremos dando a nossa contribuição, e vamos ver de que maneira, de que forma, poderemos sanar algumas dificuldades de ordem legal para que possamos instituir futuramente, sim, o Conselho Municipal da Juventude. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para discutir o PLL nº 172/03, com Veto Total.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu pediria licença à Verª Maria Celeste, por quem tenho o maior apreço, para ensaiar um comentário crítico em relação à sua publicação de hoje, no jornal Zero Hora, com o título “Efeito Cascata! Aqui, não!”

No início, a Vereadora diz assim: “Apresentamos Projeto de Lei, na Câmara Municipal, de minha autoria...”

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Ver. Claudio Sebenelo, está em discussão o Veto.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Mas, é o que nós vamos discutir, é Exatamente o Veto. Continuo lendo,...“que acaba com o chamado efeito cascata, estabelecido pela Constituição Federal.” Ora, se está estabelecido na Constituição Federal, como uma Lei Municipal pode anular uma Lei Maior? O que pode anular é uma alteração na Constituição. E eu pego isso como exemplo porque é público, evidentemente que eu jamais faria isso como algum demérito ao seu artigo - que é excelente -, porque se justifica que, assim, acaba...

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Eu solicitaria que V. Exª se ativesse à matéria que está em discussão.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Sim, eu vou diretamente a essa matéria, Sr. Presidente. Assim, acaba com o chamado efeito cascata, assegurado... Então, quando essa Lei que, previamente, está publicada nos jornais de Porto Alegre, passar pelas Comissões, se ela chegar ao Plenário desta Casa, se não for arquivada pela Comissão de Constituição e Justiça, por ser inconstitucional, obrigatoriamente uma lei tão inteligente, tão competente, vai esbarrar no Veto do Prefeito.

Então, duas alternativas sobre as quais eu queria que esta Casa fizesse uma reflexão a respeito do Veto do Sr. Prefeito em relação à criação do ...

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Eu gostaria que V. Exª se ativesse ao Veto do Sr. Prefeito ao Projeto do Ver. Professor Garcia.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, por gentileza, é Exatamente, para fins de esclarecimento, em relação a esse Veto, que eu apresento esse fato, para, depois, nós, sabendo que a Verª Maria Celeste tem a melhor das intenções e expressa, inclusive, os nossos sentimentos - de todos os Vereadores - contra um procedimento, até o dia de hoje, de agora em diante não vai ser mais, a ser proposto para a nacionalidade. O Prefeito João Verle, como o Prefeito José Fogaça, são colocados perante algumas situações que é impossível não vetá-las, por mais socialmente importante que seja o Projeto, por mais competente e expressivo que seja, como é o seu Projeto - e nós já conversamos pessoalmente, nós temos exatamente a mesma idéia. Porém, essa compreensão do Plenário em relação ao Veto do Sr. Prefeito... Porque muitas vezes, e isso é evidente, muitos projetos desses não foram vetados pelo Sr. Prefeito, mesmo inconstitucionais; muitas vezes foram aceitos, às vezes até por negociação, inclusive em negociações entre as Bancadas.

Vemos, hoje, que o Projeto a ser aprovado pode depender das condições individuais, do fígado do Sr. Prefeito, mas pode, também, depender da nossa competência em encaminhar Projetos com o amparo adequado da lei. É essa a reflexão que eu gostaria que fosse feita pela Casa. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir o PLL nº 172/03, com Veto Total por cedência de tempo da Verª Maristela Maffei.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Ver. Elói Guimarães, presidente desta Casa, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, eu tenho em mãos uma cópia do artigo do jornal Correio do Povo de autoria do Vereador licenciado, Secretário da Juventude Mauro Zacher, que trata da questão da sua Secretaria; e é um artigo que responde a um artigo que esta Vereadora fez, fazendo uma crítica política e levantando algumas expectativas e condições para essa Secretaria ter efetividade. E, vejam, Vereadores Márcio, Maurício e Manuela, que são os nossos jovens Vereadores, que o título do artigo é “Juventude sem tutela”. A gente lê o artigo inteiro, e ele não trata dessa questão da tutela, mas, para mim, o título dá uma sinalização muito importante. Ver. Prof. Garcia, quiçá haver um Conselho Municipal da Juventude não é tutelar uma Secretaria da Juventude? Porque, senhores e senhoras, eu concordo que os jovens não querem ser vigiados, tutelados, normatizados. Os jovens ainda são bem rebeldes, querem mudar a ordem, querem ver o mundo melhorar, são contra a desigualdade, contra os atos imorais, não-claros, não-públicos. Os jovens renovam a vida com a sua energia.

Agora, os jovens também exigem que o que é público deva ser publicizado, tutelado, controlado pela cidadania.

Portanto, não é porque jovens estão assumindo uma Secretaria que essa Secretaria da Juventude não será controlada, não será fiscalizada, e não deverá ter a participação popular. Esta é a questão que eu quero trazer e desafiar ao Secretário Mauro Zacher, aos nossos jovens Vereadores, que discutam isso: qual a concepção da juventude na sua relação com o público? É não nos tutelem, fazemos o que queremos porque somos jovens? Não importa que é público, não importa que é orçamento público? Não, senhores. O que é público respeita as crianças, respeita os idosos; respeitamos todos nós.

A tutela, nesse caso, relacionando-se ao Secretário do Governo Municipal, é, para mim, algo positivo, benéfico, fundamental à vigilância da cidadania. Um Conselho que dê vida, que dê elos, que dê significado, que dê interlocução dessa Secretaria com os jovens e com a sua cidade. É fundamental para ela ter efetividade.

Portanto, esses jovens deveriam querer a tutela da sociedade. Mais do que isso, deveriam partilhar, poder descentralizar, poder construir juntos como fizemos nestes 16 anos em que diluímos o poder para que esta Cidade, de fato, exercesse a sua cidadania. Tutelaremos, sim, Vereador licenciado Mauro Zacher, e os jovens desta Casa certamente fiscalizarão a sua Secretaria, farão sugestões e estarão vigilantes, estarão ativando a juventude desta Cidade para que esta Secretaria não seja apenas de fachada, que seja uma Secretaria representativa e uma Secretaria aparelhada. Disse o Secretário que eu devia compreender que precisa de 14 CCs para a Secretaria, que não é possível que se construam cargos e que se nomeiem funcionários efetivos ou que se busquem em outras Secretarias.

Então este é mais um dos motivos para que este Conselho, além de não ter veto, tenha vida, autonomia, tenha representatividade, tenha o investimento do Governo para que seja um Conselho de fato atuante, representativo e significativo na construção das políticas. Este é mais um motivo: o nosso Secretário não quer tutela, quer andar sem nenhuma tutela, sem nenhum controle da sociedade, e isso não é possível.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Elias Vidal está com a palavra para discutir o PLL nº 172/03, com Veto Total.

 

O SR. ELIAS VIDAL: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, acho um tanto estranhas as últimas palavras da nossa Verª Sofia Cavedon, quando disse que o Secretário não quer um certo controle. Quero lembrar a todos, com todo o respeito a V. Exª, que os Conselhos de Porto Alegre foram, durante 16 anos, na sua maioria, sucateados. A antiga Administração, nos seus 16 anos, nunca teve interesse em ter um conselho forte, porque tinha o OP, e no OP havia todos os seus conselheiros. No OP, todos nós sabemos que era unilateral; a grande maioria dos seus conselheiros eram filiados ao PT - isso todo mundo sabe. Então, tendo o OP na mão, não é preciso Conselho, e os conselhos foram destruídos em Porto Alegre.

 

A Sr.ª Sofia Cavedon: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Elias Vidal, só lhe pergunto se eu posso mandar a transcrição das suas palavras para os Conselhos? Porque no Conselho da Criança e do Adolescente, que o Governo tem 1/3 da composição, todos nós somos minoria, o Governo é minoria, e o Governo Fogaça vai experimentar.

 

O SR. ELIAS VIDAL: Quantos Conselhos nós temos em Porto Alegre? Passam de 20, próximo a 30. Quantos o PT entregou funcionando? Eu dou um exemplo: o COMEN - Conselho Municipal de Entorpecentes -, numa cidade violenta, com drogas, com nossos jovens, nossos adolescentes sendo sugados pelo esgoto das drogas, que cuidado o Executivo deu a esse Conselho, como ao Conselho do Idoso e a tantos outros Conselhos? Zero! A única vez que houve uma doação consistente ao Conselho Municipal de Entorpecentes, foi dada por este Vereador, porque até então, eram cem reais, 150 reais, duas notas de 50 pila, as pessoas não vão confundir com 50, cem mil.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Há uma série de equívocos; em primeiro lugar, conselho se cria. Eu me admiro que a Prefeitura não tenha visto, por Lei Complementar, e foi Lei Ordinária. Em segundo Lugar, deve ser dada ampla publicidade sobre o projeto de criação do Conselho, não houve publicidade, nem as Comissões analisaram. Em terceiro lugar, este me parece crucial, o Parecer do Ver. Nereu D’Avila diz que foi criada a secretaria, e o Executivo não mandou a criação do Conselho. Eu também não conheço se o fórum da Juventude é um órgão oficial para poder designar representantes pra o Conselho numa lei que não é complementar.

 

O Sr. Professor Garcia: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu gostaria de saber, depois, qual foi o voto do Ver. João Dib, em dezembro e o voto de V. Exª?

 

O Sr. João Antonio Dib: Eu posso responder do meu voto: foi o voto da confiança no Vereador, pela seriedade com que ele trata os problemas. Mas, de repente, quando nós formos debater agora - nós estamos debatendo e não foi debatido -, nós verificamos que está tudo equivocado. Eu teria, se naquele momento houvesse discussão, dito: tem que ser lei complementar, e não foi lei complementar.

 

O SR. ELIAS VIDAL: Muito obrigado. Dando continuidade à minha linha de raciocínio, o que eu trago aqui de volta é a questão do valor, por que nunca se valorizaram as Comissões? Por que nunca se valorizou? Por que nunca se deu o que as Comissões têm de direito? As Comissões foram praticamente exterminadas, sucateadas, sem uma caneta e sem papel, sem condições de se manterem. Nunca deram atenção para as Comissões e agora vêm aqui como se a Comissão fosse a solução. Por quê? Porque perderam talvez ou estão perdendo grande parte do controle total, unilateral, do OP, e se quer agora fortalecer o Conselho. Eu sou a favor de ter-se um Conselho, não só este, mas outros. Vamos discutir os outros Conselhos, vamos discutir também o Conselho do Idoso, vamos discutir o Conselho do Meio Ambiente e tantos outros conselhos. Então, este Conselho, eu acho que temos que discutir, acredito que haverá interesse do Executivo, mas não por esse caminho que estamos indo. Querem discutir o mérito do Conselho? Então vamos abrir mais o leque. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Margarete Moraes está com a palavra para discutir o PLL nº 172/03, com Veto Total.

 

A SRA. MARGARETE MORAES: Exmo Sr. Presidente, querido Ver. Elói Guimarães, eu acho importante relembrar a história política da nossa vida em Porto Alegre, da vida no Rio Grande do Sul, e eu lembro com muita certeza que a comunidade cultural considerava importante a criação de um órgão público de cultura, e, liderada pelo Prof. Carlos Appel, foi criado o CODEC, em primeiro lugar, o Conselho de Desenvolvimento da Cultura, no Governo Simon - “o velho PMDB de guerra” -, e, a partir desse Conselho, a Secretaria de Estado da Cultura – SEDAC. Eu acho que essa história política que nós temos aqui no Rio Grande do Sul deve guardar coerência, deve guardar uma lógica. Ver. Elias Vidal, eu creio que, em tese, todos os órgãos públicos a serem criados deveriam ser precedidos da criação de um Conselho, porque é o Conselho que vai estabelecer o diagnóstico, as necessidades, as possibilidades, o conceito, a filosofia daquele órgão a ser criado e a fiscalização. Aqui nesta Casa, esse Conselho apresentado pelo Ver. Professor Garcia foi votado por unanimidade, teve a aprovação unânime, Ver. Márcio, de todos os Vereadores e Vereadoras desta Casa, e já tínhamos o resultado das eleições, o Prefeito José Fogaça já tinha sido eleito. Então, eu acho que um Conselho é algo muito bom para a vida política em uma cidade, porque diz respeito a um novo contrato, a um compartilhamento entre o Poder Executivo e a sociedade civil. O Conselho funciona como uma consultoria. E o Projeto do Ver. Professor Garcia apresenta especialistas em doze áreas para as quais serão eleitos. Essas pessoas não são indicadas pela Câmara, não serão nem pelo Ver. Professor Garcia, nem por ninguém, serão eleitas dentro das suas entidades. Então, o Conselho é muito bom para o Governo, Verª Clênia Maranhão, porque legitima políticas públicas. Agora, eu gostaria de trazer alguns exemplos, que não são interpretações, são fatos.

Existe o Conselho Municipal da Cultura, que foi proposto na Conferência Municipal da Cultura, na primeira, e foi proposto aqui pelo Ver. Antonio Hohlfeldt, que já era do PSDB. Eu quero referir-me, também, Ver. João Antonio Dib, ao Conselho do Idoso, que foi uma iniciativa do então Ver. Divo do Canto, que era do PTB. E esse Conselho do Idoso funciona, e muito bem, hoje. Eu não acho que todos os Conselhos sejam perfeitos, depende das pessoas, depende do desejo e do esforço das pessoas que formam aquele Conselho. Ele é responsável pelas políticas no setor, não há queixas em relação aos idosos, muitas políticas foram criadas.

Existem também os Conselhos Escolares, uma proposta do nosso querido Ver. Zé Valdir. E todos os demais mereceram o respeito e a sanção do Prefeito da cidade de Porto Alegre. Eu creio que existem muitas formas de democracia: há na Cidade o Orçamento Participativo, os conselhos, as conferências, os congressos, e isso é bom, eles não se chocam. Todos esses sistemas se complementam, se articulam e se enriquecem. E o que eu acho que é muito grave é a incoerência, Ver. Paulo Odone, com o discurso do Prefeito Fogaça, porque não dá para ter medo da democracia.

Queria também fazer um apelo à Bancada do PDT, que é a criadora dos Conselhos Populares.

E, por último, dizer que, ao contrário do seu discurso, há um desrespeito à votação unânime desta Casa, há um desrespeito à democracia e há um desrespeito à Câmara de Vereadores também. Portanto, eu peço aos meus colegas - aos meus colegas da situação - que revisem a sua posição e se manifestem de forma contrária a este Veto, porque seria, em primeiro lugar, um desmerecimento à democracia na nossa Cidade. Obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Encerrada a discussão. Em votação o PLL nº 172/03. (Pausa.) O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, prezadas colegas Vereadoras, prezados colegas Vereadores, prezados ouvintes que nos assistem pelo Canal 16, esta matéria, pelo relato que recebemos e pela leitura do histórico do Processo, foi uma matéria que já passou por esta Casa e foi aprovada, por unanimidade, na Legislatura anterior.

Como eu estou participando aqui nesta Casa a partir do início deste ano, obviamente não contribui na discussão e na votação da matéria. Mas o processo histórico nos remete a entender que um Projeto aprovado por unanimidade é um Projeto que tem uma orientação de sabedoria sobre a sua aprovação. Digo isso porque é importante construirmos uma Cidade com a qualificação eclética de todos os setores da sociedade. E participei, sim, e votei, junto com a maioria desta Casa, pela aprovação da Secretaria Municipal da Juventude; proposta e Projeto deste Governo que aqui iniciou no dia 1º de janeiro, o Governo Fogaça.

Dito isso, venho buscar subsídios nos Conselhos Municipais existentes hoje. E, aí, Ver. Dib, eu estava prestando muita atenção nos seus pronunciamentos a respeito da relação dos Conselhos, o papel deles, e a questão legal das suas constituições. Quero dizer, Ver. Bins Ely, que aqui representa o setor da juventude do Partido Democrático Trabalhista, que a cidade de Porto Alegre e esta Câmara aprovaram outros Conselhos, como, por exemplo, o Conselho Municipal do Idoso, Projeto de autoria do então Ver. Divo do Canto.

Por que a Cidade pode ter o Conselho Municipal do Idoso e não pode ter o Conselho Municipal da Juventude? Essa contradição eu não consigo entender. Se nós queremos construir uma Cidade igualitária, participativa, democrática, justa e com sabedoria, temos, sim, que abrir espaço para que todos os segmentos da sociedade contribuam.

Falando de juventude, todos nós que incentivamos, Verª Neuza Canabarro, e motivamos, através das discussões, dos processos educativos, esportivos, culturais, sociais, ambientais, a juventude a se envolver na qualificação e na afirmação da cidadania, também deveremos propiciar e oferecer espaços democráticos constituídos para que a juventude possa manifestar-se. Quando eu falo em juventude, Ver. Bins Ely, eu falo na sua amplitude, trazendo todos os segmentos, com todas as posições, com todas as possíveis contradições. E qual é o fórum? É um fórum que nós possamos aqui constituir, elaborar e propiciar para que haja um espaço constituído da juventude, para que possamos qualificar cada vez mais a nossa Cidade e a elaboração das políticas, inclusive das políticas públicas.

Portanto, não só sou simpático como favorável a que esse Conselho da Juventude se constitua em nossa Cidade com a grandeza que ele merece, com o respeito que ele merece e com a amplitude que ele merece, Ver. Nereu D’Avila, respeitando o seu parecer.

Falo aqui aos Pares, aos colegas desta Casa, para, inclusive, ajudarmos a qualificar, Ver. Elói Guimarães, nosso Presidente, o trabalho de um outro jovem que inicia lá na Secretaria da Juventude, Ver. Mauro Zacher. Muito Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Professor Garcia está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, primeiro farei um esclarecimento. Alguns entendem que o Conselho tem que ter algo a ver com a Câmara; não tem nada a ver. O Conselho é um órgão autônomo que vai ajudar nas políticas públicas da Secretaria. Foi colocada também a questão da lei, que não é lei complementar. O Ver. João Antonio Dib terá oportunidade de falar depois. Eu disse: leiam com atenção as onze leis anteriores. Bem, então todas as onze não valeram. Ora, existem mil maneiras de dizer “não”; uma das maneiras é dizer: “Não quero votar e não concordo”. É uma das maneiras mais simples.

Agora, uma justificativa para uma hora, e outra justificativa para outra hora, para coisas de mesma natureza? Ou seja, só se nós formos vesgos; se tivermos olhares diferentes. Não é o caso aqui. Eu volto a dizer que onze Conselhos foram criados: COMDIM, o Conselho de Trânsito, COMEN, COMAM, Defesa do Consumidor, Cultura, Segurança Comunitária, Família, Justiça e Segurança, o Comude. Por exemplo, eu lembro que com relação ao Conselho da Justiça e Segurança não havia ainda a questão... A Verª Helena foi indicada depois. Quer dizer, o Conselho não dita normas!

Por outro lado, foi dito assim hoje: “Ah, não, mas isso foi durante 16 anos. Agora, no nosso Governo, é uma outra prática”. Gente, primeiro, a Câmara tem uma prática. Não é a questão de A ou B, até porque aqui estão todas as vertentes! Então a justificativa não cabe nesse aspecto. Houve a coincidência, sim, de ser aprovado antes. Foi alegado vício de origem. Então, todos os outros onze têm vício de origem! Todos os outros têm o mesmo argumento! Então, ou nós temos coerência ou não a temos! Mas eu volto a dizer: ninguém aqui é vesgo para ter dois olhares. Simplesmente que se diga: “Não concordo”, ou “Vou votar contra porque estão me pedindo! O Governo está me pedindo e eu faço parte”. É mais do que justo, isso faz parte da questão política, da natureza política. Volto a dizer: leiam a matéria com atenção. Não há nada de ideológico, procurou-se contemplar todas as vertentes envolvidas com a juventude, e o Prefeito tem condições de trazer novos argumentos para si, não só para esse Conselho, mas para qualquer outro Conselho no qual queira colocar ou adendar as suas informações.

Então, não consigo conceber por que toda essa polêmica em cima desse Conselho. “Ah, mas o nosso Governo...” Esse foi aprovado em dezembro, em dezembro já havia terminado a eleição. Já sabíamos que seria o Prefeito Fogaça, já sabíamos da sua intenção da criação do Conselho Municipal da Juventude. Então, tudo isso que eu falo é importante para nós verificarmos essas coisas. É um Projeto que não tem nenhum pecado de macular o atual Secretário. E eu volto a dizer: a criação de uma Comissão Especial para discutir política da juventude é salutar e não é excludente com a questão do Conselho. Pode-se discutir a problemática da juventude, essa Comissão pode apontar, inclusive, idéias para o novo Conselho, políticas públicas... O que, na realidade, se quer é que o Conselho tenha autonomia para sugerir, porque o Conselho não é deliberativo, volto a dizer, o Conselho não é deliberativo, não tem competência para dizer: “Sr. Secretário faça isso”. Não. Ele tem condições para dizer: “Sr. Secretário, sugerimos que o senhor faça isso”. Essa é uma prerrogativa. Então, isso é importante e eu volto a dizer: onze Conselhos foram criados, pela Verª Jussara Cony, pelo Ver. Cyro Martini, pelo Ver. Leão de Medeiros, pelo Ver. Giovani Gregol, pela Verª Clênia Maranhão, pelo Ver. Campani, pelo Ver. Antonio Hohlfeldt, pelo Ver. Hélio Corbellini, pelo Ver. João Carlos Nedel, pelo Ver. Ervino Besson – esse, da Justiça e Segurança, inclusive era uma idéia do Ver. Nereu D’Avila –, pelo Ver. Claudio Sebenelo, o Comude.

Então, é uma matéria que não é nova. Desde 1988 têm-se apresentado Conselhos aqui. Então, volto a dizer: a natureza pode ser outra, mas o foco está bem claro. O Conselho não é deliberativo, é possível, sim, o Vereador criar, porque onze já foram criados. Pelo menos, que eu saiba, não foi constituída nenhuma norma que diga: “A partir de hoje, não pode.” Então, por esse olhar, não há nada que possa engessar a vida do futuro Secretário, pelo contrário, para o Secretário é bom ter um Conselho, porque sempre entendi que várias cabeças pensam mais do que uma. O Conselho é para discutir, ouvir, sugerir. Então, é em cima disso que eu estou encaminhando e solicito que vocês prestem o máximo de atenção neste aspecto: não há nada de inconstitucional, nada de ilegal, não existe – vou usar um termo forte – nenhuma maracutaia no Projeto que indique que a criação desse Conselho vai fazer com que o Secretário não possa mais trabalhar. Pelo contrário, vai ajudar o Secretário a elaborar melhor suas políticas públicas. Muito obrigado, Sr. Presidente.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 172/03, com Veto Total.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, a Bancada do Partido Progressista vota favoravelmente ao Veto, e o faz com muita alegria até, porque reiteradas vezes, da tribuna, eu tenho dito que o maior inimigo da boa Lei é Lei inócua, e nós passamos tempo discutindo leis inócuas, e quando chega um assunto importante nós não podemos votar a não ser na base do art. 81 da Lei Orgânica.

O Projeto de Lei do Ver. Garcia foi apresentado em junho de 2003; arquivado em dezembro de 2003, desarquivado, e votado no último dia de votação do ano passado, sob a égide do malfadado art. 81, sem Parecer. Se tivéssemo-nos fixado nas boas leis, nós teríamos verificado que o Projeto de Lei deveria ser Lei Complementar. Nós teríamos perguntado à oficialidade onde está registrado o Fórum da Juventude. Não teríamos cometido o erro de aprovar, porque era um Projeto do Ver. Garcia, um excelente Vereador, e porque foi votado às pressas no último dia de votação.

Então, foi um grande momento para esta Casa, para saber que nós temos que cuidar de todos os detalhes das boas leis, e que há uma série de leis de autorização, desnecessárias, que terminam complicando cada um de nós, como foi cobrado do Ver. Garcia de termos votado favoravelmente. Confesso que votei favoravelmente, todo mundo votou, mas eu não li que os Conselhos deveriam ser criados por Leis Complementares; eu não li que os Conselhos, para sua criação, deveriam ter ampla divulgação feita pela Câmara - isso não aconteceu. Como hoje nós estamos debatendo o que deveria ter sido feito num curso de 18 meses, nós, com calma, estamos encontrando os caminhos certos. Portanto, a nossa Bancada vota favoravelmente ao Veto. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Ervino Besson está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 172/03, com Veto Total.

 

O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores que nos acompanham nas galerias e também pela TVCâmara, eu queria saudar a todos.

O Parlamento deu um passo extremamente importante tanto em nível nacional como em nível municipal. O nosso Presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, quando criou a Secretaria Nacional da Juventude, deu um grande passo. E também esta Casa ter criado uma Secretaria Municipal da Juventude, sem dúvida nenhuma, dentro de um contexto do Parlamento, foi uma grande vitória para os nossos jovens. Eu acho que essas Secretarias deveriam ter sido criadas há muito tempo, porque, sem dúvida nenhuma, os jovens têm de participar da política, juntamente com os seus representantes no Parlamento; eles serão os futuros parlamentares, tanto em nível federal quanto em nível estadual e municipal. Então, as Secretarias que foram criadas pelo nosso Presidente e por esta Casa foram um grande passo.

Eu sou um grande defensor da criação de Conselhos. Eu estou vendo, aqui nas galerias, o Presidente Gabriel Centeno, do Consepro da Vila Nova. Nós fizemos um grande estudo, juntamente com a comunidade, quando foi apresentado um conselho, os fóruns, para nós discutirmos profundamente a nossa segurança pública. Foi votado, foi discutido e foi criada aqui uma Secretaria, também defendida por este Vereador: a Secretaria Municipal de Justiça e Segurança.

Esses conselhos permitem que a juventude também consiga participar de uma discussão ampla e profunda por todos os segmentos da nossa sociedade.

Meu caro Ver. Carlos Alberto Garcia, como eu já disse, eu sou um homem que defende muito a criação dos Conselhos, só que nós temos hoje um outro momento. Acho que a sua idéia foi boa, excelente idéia, só que foi criada, há pouco tempo, a Secretaria Municipal da Juventude, e entendo que essa Secretaria vai ter que participar mais, fazer uma ampla discussão, por que não, de repente, este Projeto de sua iniciativa ser reapresentado a esta Casa? Poderá acontecer! Eu acho que devemos ampliar essa discussão, já que é uma Secretaria nova, recém-criada.

Eu ouvi com muita atenção o seu discurso, mas é um fato novo, um Secretario novo, de repente poderá ocorrer um choque - eu digo que poderá, não é que vá, mas poderá.

Então, vamos dar liberdade aos nossos jovens, vamos dar condições para que eles possam discutir com ampla liberdade, assim como todos os demais segmentos da sociedade, para ouvir deles a validade - se sim ou não - da criação do Conselho. Eu acho que não vão ser contra, mas eu acho que a Secretaria, sim, tem que participar nessa discussão; tem que participar, já que hoje é outro Governo.

Então, sem dúvida nenhuma, este Conselho, meu caro Ver. Professor Garcia, talvez em outro momento, pois vai ser mantido, pelo que eu vi, o Veto. Nada impede que V. Exª reapresente, mas abrindo uma ampla discussão, juntamente com a Secretaria que foi criada há poucos dias, para que o próprio Secretário e o grupo de jovens que vai trabalhar junto com essa Secretaria, apresentem as suas idéias e que abram essa discussão de uma forma clara, aberta e democrática. Aí, sim, acredito que esse Conselho venha num momento oportuno, e, sem dúvida nenhuma, trará muito benefício para a própria Secretaria que foi criada há pouco tempo, e para os jovens da nossa Porto Alegre. Muito obrigado, Sr. Presidente.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Ibsen Pinheiro está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 172/03, com Veto Total.

 

O SR. IBSEN PINHEIRO: Sr. Presidente, vou fazer uma breve leitura: (Lê.) “Art. 94 da Lei Orgânica do Município: Compete privativamente ao Prefeito: Inciso VII - promover a iniciativa de projetos de lei que disponham sobre: c) criação e estruturação de secretarias e órgãos da administração pública”.

O Projeto, por todo o mérito que tenha, não tinha as condições mínimas de tramitação, Sr. Presidente. O Veto é impositivo, e, conseqüentemente, o voto é “não”.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação nominal o PLL nº 172/03. (Após a apuração nominal.) REJEITADO o Projeto por 10 votos SIM, 22 votos NÃO. Está mantido o Veto.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N.º 1212/04 – VETO TOTAL ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 048/04, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que dispõe sobre a obrigatoriedade da instalação e manutenção de aparelho desfibrilador cardíaco externo semi-automático em locais públicos e privados com concentração de pessoas, no âmbito do Município de Porto Alegre, do treinamento para ressuscitação cardiopulmonar e dá outras providências.

 

Parecer:

- da CCJ. Relator Ver. Valdir Caetano: pela manutenção do Veto Total.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 77, § 4º, da LOM;

- votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA;

- incluído na Ordem do Dia em 03-03-05.

 

Na apreciação do Veto, vota-se o Projeto:

SIM – aprova o Projeto, rejeita o Veto;

NÃO – rejeita o Projeto, aceita o Veto.

- Trigésimo dia: 16-03-05 (quarta-feira).

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em discussão o PLL nº 048/04, com Veto Total. (Pausa.) O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra para discutir.

 

O SR. ALDACIR OLIBONI: Sr. Presidente, Elói Guimarães, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores e público que nos acompanha pelo Canal 16, realmente é muito lamentável falarmos em inclusão social, falarmos em ampliação dos serviços de Saúde, falarmos que a cidade de Porto Alegre precisa melhorar os mecanismos para que a população tenha acesso, se nós temos, logo no início da Legislatura, um gesto do Prefeito Municipal impedindo que a população possa trabalhar com a idéia de serviços de prevenção à Saúde pública. Este Projeto que dispõe sobre a obrigatoriedade da instalação de desfibriladores cardíacos automáticos em lugares de grande circulação, isto é, com mais de 3.000 pessoas, ele não é um Projeto deste Vereador; ele é um Projeto da sociedade porto-alegrense e das entidades que solicitaram a este Vereador, como, por exemplo, a Sociedade de Cardiologia. Nós não estamos aqui simplesmente para dizer que a morte súbita do jogador de futebol Serginho não foi um acaso ou uma falta de prevenção. Nós estamos dizendo, sim, que se constituídos desfibriladores em estádios de futebol, por exemplo, como há aqui no campo do Grêmio, como diz Paulo Odone, pode haver proteção dos jogadores. Mas nenhum projeto garante que haja a proteção dos torcedores, por exemplo, que tenham desfibriladores automáticos à disposição da população em lugares de grande circulação, como, por exemplo, nas universidades ou na rodoviária, ou em shopping centers, etc.

Em inúmeros lugares hoje, aqui no Brasil, como em São Paulo, Curitiba já existe esse Projeto e está dando certo. Como já existe esse Projeto em vários lugares, inclusive, a reportagem no jornal Zero Hora, diz o seguinte (Lê): “A morte súbita mata 260 mil pessoas por ano no Brasil”.

Em Piacenza, na Itália, com 250 mil habitantes, o índice de sobrevida à morte súbita era de 4,5%, e após implantação do Projeto de Vida, de treinamento da comunidade e da instalação de kits de desfibriladores em pontos estratégicos da cidade, o índice de sobrevida subiu para 45,7%.

No aeroporto de Chicago, por exemplo, onde passam mais de 80 milhões de pessoas por ano, que era considerado o segundo maior ponto de mortes súbitas da cidade, lá foram treinados cinco mil funcionários e disponibilizados kits de desfibriladores, com essa medida o índice sobrevida de 2% passou para 56%. Esse Projeto é estratégico para a cidade de Porto Alegre e nós não estamos aqui falando de um serviço que não é interessante para a Cidade. Ele é de extrema relevância, de extrema importância, porque a Sociedade de Cardiologia nos comprovou isso aqui na Comissão de Saúde e Meio Ambiente, através de duas Plenárias feitas, inclusive com o apoio da Comissão de Saúde e Meio Ambiente, e que, no ano passado, foi aprovado por unanimidade desses Vereadores, com exceção de um que se absteve. Queria ver agora a votação e a coerência desses Vereadores com esse Projeto. Não teria sentido simplesmente por mudar o Governo, mudar a posição do voto.

Eu peço aos nobres Pares a importância de aumentar não só a possibilidade de prevenção, mas, acima de tudo, de nós falarmos com coerência em defesa da vida do cidadão de Porto Alegre e, mais do que isso, poder possibilitar a dizer que esta Casa votou pelo sim, e continuará votando, porque isso trata-se de uma possibilidade de a Câmara de Porto Alegre não só ser pioneira aqui no Rio Grande do Sul, mas demonstrar claramente que essa intenção condiz, compactua e é favorável para que nós possamos defender a vida humana. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI (Requerimento): Eu gostaria de pedir verificação de quórum.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Visivelmente não há quórum.

Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 18h34min.)

 

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